sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Fones de ouvido são tão perigosos quanto turbinas de avião


Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Martine Hamann, afirmaram que os fones de ouvido pessoais podem chegar a níveis de ruído semelhantes aos dos motores a jato de aviões.
O estudo era sobre os efeitos de ruídos altos (acima de 110 decibéis) em uma parte do cérebro chamada núcleo coclear dorsal, que carrega sinais de células nervosas do ouvido para as partes do cérebro que decodificam e dão sentido aos sons.
Ruídos altos já são conhecidos por causar problemas de audição, como surdez temporária e zumbido nos ouvidos, mas o estudo também descobriu que eles causam dano celular subjacente.
As células nervosas que transportam sinais elétricos das orelhas para o cérebro tem um revestimento chamado de “bainha de mielina”, que ajuda os sinais elétricos a viajarem ao longo da célula.
A exposição a ruídos altos pode danificar ou destruir as células deste revestimento, interrompendo os sinais elétricos. Isto
significa que os nervos não conseguem transmitir eficientemente informação das orelhas para o cérebro – você não escuta direito.
Porém, esse revestimento pode se regenerar, ou seja, as células podem voltar a funcionar. Isso significa que a perda de audição pode ser temporária.
“Nós agora entendemos por que a perda de audição pode ser reversível em alguns casos. Geralmente, efeito é reversível após três meses”, explica o Dr. Hamann.[ScienceDaily,NFRMedicalNewsToday]

Usuários de maconha podem enfrentar disfunção erétil




Essa novidade pode ser o ponto para mudar de vez a cabeça de algumas pessoas. O consumo da maconha é popular hoje em dia, mesmo que ela seja proibida em muitos lugares, especialmente entre os homens no auge da vida sexual. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime relatou que 162 milhões de pessoas fumam maconha em
 todo o mundo a cada ano. Mais de 22 milhões a consomem diariamente; isso torna a compreensão de seus efeitos a longo prazo importante.A maconha é certamente um produto polêmico. Defensores e acusadores trocam benefícios e desvantagens da planta há anos. Porém, segundonovas pesquisas, os usuários masculinos da maconha deveriam mesmo repensar seu consumo, pois uma das consequências pode ser disfunção sexual.
Os estudos sobre o tema são às vezes de baixa qualidade, mas uma nova revisão de pesquisas sobre saúde sexual e maconha produziu resultados mais sólidos, como a conclusão de que o pênis contém receptores para o ingrediente ativo da maconha, o que sugere que os homens fumantes correm riscos de encarar a disfunção.
O histórico dos estudos nessa área é contraditório. Os cientistas começaram a estudar a maconha e o sexo em 1970. Alguns pesquisadores descobriram que a cannabis parece ter o efeito de uma droga do amor. Em 1982, 75% dos fumantes de maconha alegou em um estudo que a droga reforçava suas vidas sexuais.
Enquanto isso, outro estudo do mesmo ano descobriu que a disfunção erétil era duas vezes mais comum em usuários de maconha. Outros estudos ainda sugerem um efeito dose, em que pequenas quantidades de maconha têm pouco impacto sobre a disfunção sexual, mas maiores quantidades produzem menos ereções.
Porém, todas essas pesquisas são cheias de falhas. Nenhum dos estudos utilizou técnicas de medição validadas ao examinar a função sexual dos homens. As perguntas usadas poderiam distorcer as respostas, como poderia a própria droga. Por exemplo, os 39% de homens que disseram que a maconha prorrogou o sexo pode apenas ter experimentado os efeitos da droga que alteram a percepção do tempo.
Já um estudo de 2010 que descobriu receptores de tetrahidrocanabinol (THC), ingrediente ativo da maconha, no tecido do pênis de cinco pacientes do sexo masculino e seis macacos é preocupante.
Segundo os pesquisadores, esses receptores estavam principalmente na musculatura lisa do pênis. Estudos de laboratório adicionais sugerem que o THC tem um efeito inibitório sobre o músculo; um efeito sério sobre a função erétil, já que o músculo liso constitui 70 a 80% do próprio pênis.
A opinião dos especialistas é que faltam estudos clínicos, pesquisas controladas com placebo que analisem os efeitos da maconha em ambos curto e longo prazo. A partir disso, os resultados mais confiáveis poderão se transformar em campanhas de conscientização. [LiveScience]

Qual o efeito da maconha no cérebro adolescente?




Aos sete anos de idade, o cérebro normalmente já atinge seu tamanho completo. Mas, durante a adolescência, o cérebro poda diversas conexões entre as células cerebrais, as sinapses, na massa cinzenta. Pesquisadores explicam que o cérebro produz mais cargas de sinapse do que o necessário na juventude, então ele começa a podá-las para tornar essas conexões mais eficientes.
Jovens que começam a fumar maconha antes dos 18 anos com grande frequência são mais propensos a ter uma redução significativa e irreversível de seu QI, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Londres (Reino Unido). Pesquisadores afirmam que a maconha pode causar mais danos a jovens do que adultos porque o cérebro sofre constantes alterações na adolescência.
Anne-Lisa Goddings, da Universidade de Londres, diz que é difícil dizer com precisão como a maconha poderia alterar o desenvolvimento do cérebro. No entanto, a pesquisadora afirma que nesse período de mudança cerebral, o órgão é mais sensível que um cérebro adulto, que está relativamente fixo.

Efeito duplo

O psiquiatra Zerrin Atakan, da King’s College de Londres, acredita que a maconha trazefeitos contraditórios ao cérebro. Ao mesmo tempo em que o fumante fica mais tranquilo e relaxado, ele pode ficar sem vontade de fazer nada. A falta de vontade de novas experiências inclui ir para a escola ou ler um livro. Experiências que poderiam trabalhar a mente são perdidas, e o cérebro se desenvolve menos.
Quanto mais o adolescente fuma, maior a possibilidade de malefícios a saúde e ao desenvolvimento do cérebro. Mas os pesquisadores do estudo argumentam: os mesmos efeitos podem surgir em um adolescente que bebe muito, ou usa outras drogas com frequência. [BBC 1 e 2]

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A verdadeira razão para a gestação durar 9 meses

 


 
Os nove meses de gestação podem parecer infinitos para os futuros papais que estão ansiosos para ver o rosto de seu filho. Mas é pouco tempo para que haja um avançado desenvolvimento do cérebro: o cérebro dos bebês humanos tem apenas 30% do tamanho que irão atingir quando forem adultos, em comparação com 40% dos filhotes de chipanzés.
Esse é um dos motivos que torna os bebês totalmente dependentes de adultos, com pouca capacidade cognitiva e motora em comparação a outros filhotes de primatas. A realidade é que seria necessário um período de gestação de 18 a 21 meses, ao invés de nove, para que o cérebro dos bebês crescesse o suficiente para que eles se desenvolvessem mais rapidamente depois de nascer, de acordo com o zoólogo Adolf Portmann.
Por anos, os cientistas acreditavam que os nove meses de gestação eram decorrentes do “dilema obstétrico”. Os humanos se diferenciam dos outros animais pelo tamanho de seu cérebro e pela capacidade de andar ereto. Entretanto, se o cérebro do bebê se desenvolvesse durante uma gestação que durasse mais do que nove meses, pesquisadores acreditavam que seria necessário que a mãe tivesse um quadril mais largo para que o filho tivesse espaço para sair pelo canal do parto. Entretanto, com um quadril mais largo, teoricamente as mulheres poderiam não andar de forma bípede.

Nova teoria

Um novo estudo realizado pelo pesquisador Holly Dunsworth, da Universidade de Rhode Island, nos Estados Unidos, indica que o período de gestação não tem ligação direta com o tamanho do quadril da mãe, mas com seu metabolismo. O primeiro problema com o “dilema obstétrico” é que não há nenhuma evidência de que quadris largos interferem na locomoção. Anna Warrener, pesquisadora da Universidade de Harvard (EUA), estudou como a largura do quadril interfere o modo como mulheres andam em esteiras. Ela descobriu que não há correlação entre quadris mais largos e locomoção menos eficiente.
De acordo com Dunsworth, a duração da gestação entre vários mamíferos tem a ver com o tamanho total do corpo da mãe e de sua taxa metabólica. O pesquisador acredita que o nascimento humano acontece quando a mãe não tem condições de colocar mais energia na gestação para crescimento do feto. Ou seja, a energia da mãe é a principal restrição evolutiva na gestação, e não o tamanho do quadril feminino.

Zona de perigo metabólico

Analisando dados metabólicos de mulheres grávidas, pesquisadores descobriram que as mulheres dão à luz quando estão prestes a entrar em uma zona de perigo metabólico. Há um limite de número de calorias que podemos queimar a cada dia. Durante a gravidez, as mulheres se aproximam desse limite energético e dão à luz antes de alcançá-lo.
Essas restrições metabólicas ajudam a explicar por que os bebês humanos são tão impotentes em comparação com nossos parentes primatas, como os chimpanzés. Um bebê chimpanzé, por exemplo, começa a andar em um mês, enquanto os bebês humanos não andam até completarem pelo menos sete meses.
Mas para um ser humano dar à luz a um bebê com o mesmo nível de desenvolvimento dos filhotes de chipanzé, seriam necessários 16 meses de gestação – o que faria com que as mães cruzassem a zona de perigo metabólica. Em outras palavras, uma gestação tão longa seria impossível do fisiologicamente, independentemente do tamanho no quadril. [LiveScience/ScienceDaily]

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Voz: a estranha semelhança entre humanos e gibões

 


 
Um novo estudo do Instituto de Investigação de Primatas da Universidade de Quioto (Japão) descobriu que os gibões (primatas pertencentes à família Hylobatidae) têm uma estrutura vocal muito parecida com a dos seres humanos.
Ao pé da letra, o que os cientistas descobriram foi que esses primatas têm técnicas de vocalização idênticas às dos sopranos (soprano é o nome do registro da voz feminina mais aguda, por cantores de ópera).
Os pesquisadores gravaram um certo chamado (canto) de gibões-de-mãos-brancas do Jardim Zoológico de Fukuchiyama, no Japão, em atmosfera normal e em atmosfera enriquecida com hélio.
Muitos de vocês sabem o efeito que o hélio tem na nossa voz: quando inalamos esse gás, por brincadeira, a nossa voz fica mais aguda, com um tom estridente. Isso acontece porque o hélio é menos denso que o ar, e aumenta as frequências de ressonância do trato vocal, sem alterar o som na sua fonte.
Os pesquisadores descobriram que a mesma coisa acontece com os macacos. Ao inalar hélio, a origem do som de uma chamada dos gibões, que ocorre na laringe, é separada das ferramentas vocais utilizadas para a modificar. Ou seja, humanos e gibões têm uma semelhança fisiológica incomum.
Essa semelhança é considerada incomum porque antes se pensava que a complexidade da fala humana era única entre os primatas. A fala humana requer variados sons suaves feitos pelos movimentos rápidos de tratos vocais, e os cientistas achavam que nosso discurso tinha evoluído através de modificações específicas em nossa anatomia vocal.
Porém, um chamado distintivo dos gibões usa a mesma mecânica vocal que cantores soprano, revelando uma semelhança fundamental com os seres humanos. A análise dos cientistas mostrou que os gibões têm um controle sobre a afinação de suas cordas e trato vocais que só é dominado por seres humanos muito habilidosos, ou seja, cantores de ópera profissionais.
Conclusão: os gibões podem manipular suas cordas vocais para produzirem sons. Mais: usam o mesmo mecanismo vocal que os cantores de ópera para obter sons mais agudos. “Isso nos dá uma nova apreciação da evolução do discurso em gibões, ao revelar que a fundação fisiológica da fala humana não é tão exclusiva”, afirma o principal autor do estudo, Takeshi Nishimura.[LiveScience, G1, P3]

A maior parte de suas mutações é culpa do seu pai

 


Hoje vamos falar da Islândia. Uma gelada ilha situada no Atlântico Norte, com área de 103 mil km² (pouco superior à do estado de Pernambuco), que oferece um dos melhores padrões de vida do planeta para as 403 mil almas que habitam o país. Destes mais de 400 mil, 93% são loiríssimos, e geralmente casam entre si, dando origem a filhos com o mesmo fenótipo.
Esta nação foi escolhida pela aclamada Universidade Harvard, em Cambridge (Massachussets, EUA), para um estudo a respeito de mutações genéticas. A partir da análise cromossômica de mais de 85 mil islandeses (o que deve ter mobilizado boa parte do país, considerando que isso equivale a mais de 20% da população total), descobriu-se que o pai é três vezes mais responsável por mutações genéticas em uma criança do que a mãe.

O que são mutações genéticas, afinal?

“Mutação genética” nem sempre equivale a uma pessoa com três braços, apenas um olho ou outra anomalia desta natureza. O termo “mutação genética” abrange um leque muito mais amplo de situações, sendo algumas até benéficas. É graças a uma delas, por exemplo, que algumas pessoas têm uma inexplicável imunidade à AIDS, mesmo quando fortemente expostas ao vírus HIV.
Boa parte dos casos, no entanto, implica mesmo em consequências negativas: as chamadas doenças genéticas. O famoso teste do pezinho, figurinha carimbada em campanhas anuais do SUS (sistema publico único de saúde brasileiro) e outras instituições de saúde, serve para detectar uma delas.
De mais a mais, são mutações genéticas ao longo do tempo que conduzem a evolução das espécies. Embora quase imperceptíveis de uma geração de seres humanos para a seguinte, elas sempre estão presentes. Por exemplo, são através delas que as populações, ao longo dos anos, vão ficando com a cor de pele mais escura ou mais clara, com ombros mais largos ou narizes maiores, etc.
Uma ideia recorrente na ciência é que mutações genéticas evolutivas levam milhares de anos para serem notadas em uma população. Nem sempre é o caso. Um estudo do Hospital Infantil de Boston (em Massachussets, EUA) comparou a altura média dos homens nos países europeus e descobriu uma grande diferença entre um grupo étnico e outro.
Aparentemente, homens do norte europeu (Escandinávia e países bálticos) tendem a ser mais altos que os europeus do sul, por uma razão meramente genética. As correntes migratórias das últimas gerações foram deixando suas marcas rapidamente, e o resultado ficou logo visível.

O risco da paternidade “idosa”

A experiência com os islandeses foi uma tarefa ampla. Participaram da pesquisa 24.832 trios de pai, mãe e filho (ou filha). Ao todo, os cientistas detectaram 2.058 mutações nas sequências de DNA que foram coletadas.
Do total verificado, a proporção entre homens e mulheres impressionou os cientistas: para cada mutação no DNA de uma representante feminina, havia 3,3 mutações entre os homens.
Além do número, a “vulnerabilidade” masculina também foi notável: as mutações genéticas entre os homens crescem com a idade (mais precisamente, a taxa dobra dos 20 para os 58 anos), enquanto as das mulheres permanecem inalteradas.
À primeira vista, esse número revela uma tendência hereditária: na teoria, quanto mais velho o pai, maior a chance de uma criança apresentar uma mutação genética.
Porque os pais tendem a ter mais mutações e passá-las adiante ainda é um tópico que precisa ser melhor estudado, mas algumas teorias que podem levar a explicações já estão aparecendo, como a do DNA mitocondrial, formado por DNA apenas materno e que só exclui mutações que podem prejudicar mulheres. [Medical Xpress/Science Daily/EurekAlert]

sábado, 25 de agosto de 2012

As 10 doenças mais estigmatizadas do mundo

O termo “estigma” era usado na Grécia Antiga para designar sinais corporais que desqualificavam o cidadão marcado. Escravos, criminosos e traidores traziam essas marcas nos corpos, como forma de serem discriminados em locais públicos.
Hoje em dia, apesar de não haver uma marca clara nas pessoas, usamos estigmas para categorizá-las segundo normas dentro de conceitos como “normalidade” e “aceitação social”. Ou seja, nós julgamos as pessoas conforme o que considerados “normal” ou “aceito socialmente”.
Já deu pra perceber o erro inerente a tal julgamento. Ainda assim, muitos doentes, não bastasse o sofrimento com sua doença em si, tem que sofrer com esses estigmas também. Confira:
1 – Câncer de cólon
Câncer colorretal é bastante curável se detectado nos estágios iniciais. Porém, como não tem sintomas, ou mesmo que os sintomas apareçam, os pacientes podem ficar constrangidos em falar sobre diarreia e movimentos intestinais anormais com seus médicos, esses tumores acabam crescendo e se tornando mais complicados.
A melhor forma de diagnosticar o câncer de cólon é a detecção precoce, com testes como a colonoscopia. Mas as pessoas não fazem esses tipos de exame; ninguém quer se submeter a tal desconforto, ou constrangimento.
Nesses casos, falar sobre “doenças escondidas” pode ajudar as pessoas a procurar assistência médica. De acordo com um estudo americano de 2003, mais pessoas fizeram colonoscopia depois de um especial que passou na TV que conscientizava de sua importância.
2 – Disfunção erétil

Nem precisamos falar do estigma que envolve a disfunção erétil. Apesar de ter diminuído nos últimos anos, ainda é muito difícil para os homens admitir a disfunção sexual. De acordo com um estudo de 2010, só metade dos homens com disfunção erétil procura tratamento.
Mas todos deveriam procurar, porque a condição tem tratamento e pode ser curada ou remediada.
A impotência atinge até 25 milhões de brasileiros acima dos 18 anos pelo menos uma vez na vida. O número é maior em homens na faixa etária dos 40 anos. Todo ano, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, um milhão de casos são registrados no país.
Só que o Centro de Referência da Saúde do Homem, órgão da Secretaria de Estado da Saúde em São Paulo, por exemplo, só recebe cerca de 300 pacientes com o problema por mês. Mais: eles descobriram que 90% deles são sedentários – a ponto de não fazerem exercício nem de fim de semana – e 40% deles também são fumantes. Se você não quiser procurar tratamento, pelo menos converse com seu médico, porque algumas mudanças no estilo de vida já podem lhe ajudar.
3 – Problemas “masculinos”
Alguns transtornos femininos vêm com sintomas que desafiam nossas definições culturais da feminilidade. A Síndrome dos Ovários Policísticos, um distúrbio hormonal que pode causar infertilidade e diabetes, é muitas vezes marcada por pelos faciais excessivos. Distúrbios como hiperidrose, ou transpiração excessiva, podem ser estigmatizantes para ambos os sexos.
Mas a desordem vem com bagagem extra para as mulheres. “É uma espécie de ‘característica mais masculina’ do que feminina, por isso é bastante constrangedora”, diz Sophia Wastler, que tem hiperidrose. Porém, a maioria desses problemas tem tratamento e as pessoas perdem mais sofrendo em silêncio do que buscando um médico.
4 – Psoríase
A psoríase é uma doença imune crônica que provoca pele escamosa, manchada e/ou rachada. Essas marcas podem ser difíceis de esconder, e muitas vezes constrangedoras para os doentes. Seu embaraço é multiplicado por pessoas que veem a psoríase e se afastam do doente, acreditando equivocadamente que a doença é contagiosa.
Como uma das condições mais estigmatizadas do mundo, afeta bastante a vida dos pacientes. De acordo com uma pesquisa realizada em 2008 pela Fundação Nacional de Psoríase nos EUA, 58% das pessoas com a condição disseram que se sentiam envergonhados, e um terço disse que limitava suas interações sociais e encontros por causa da psoríase.
5 – Intestino irritável e inflamado
Qualquer doença relacionada com excreção corporal vem amarrada em algum tipo de estigma. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) e a Doença Inflamatória Intestinal (DII) não são exceções. Esse último é um conjunto de síndromes, todas marcadas pela inflamação dos intestinos. O primeiro é marcado por dor intestinal, cólicas e prisão de ventre ou diarreia, mas sem a inflamação.
Em geral, os pacientes com SII se sentem mais estigmatizados. A diferença pode ser porque, sem uma causa clara física, eles podem sentir que a sua doença não é levada tão a sério.
6 – Obesidade

O estigma de gordura tornou-se global. De acordo com um estudo de 2011, publicado na revista Current Anthropology, quase não há culturas que não associem a obesidade com preguiça e gula, apesar do fato de que muitas dessas mesmas culturas também veem gordura como um sinal de riqueza.
Muitos do que tem vergonha do excesso de peso dizem que são preocupados com a saúde. Mesmo que seja esse o caso, a vergonha saiu pela culatra, pois pesquisas descobriram que a vergonha e o estigma apressam o declínio físico em pessoas obesas.
7 – Lepra
Lepra, ou hanseníase, é uma das doenças mais “fantasiadas” na imaginação do público. Alguns dos mitos mais comuns são de que a doença é extremamente contagiosa e de que partes do corpo do doente simplesmente caem.
Aqui cabe um famoso “nada a ver”. Mais de 90% das pessoas que entram em contato com as bactérias que causam a lepra combatem a doença sem sintomas e sem se tornarem contagiosas (embora seres humanos possam pegar a doença por contato próximo com tatus). A doença também é curável com antibióticos. Se o doente não procurar tratamento, pode ser que tenha lesões na pele, mas, não, suas mãos, pés e nariz não vão simplesmente cair. Pesquisadores sugerem que tal lenda nasceu porque a condição pode causar dormência, colocando as pessoas em maior risco de lesões acidentais ou amputação.
Enfim, está na hora de tais crenças absurdas como essa saírem de cena. Muitas vezes apelidada de “doença do estigma” (mesmo “leproso” virou termo proibido, pelo preconceito a ele associado), a lepra foi tratada como sinal de impureza ou pecado por muitos anos, e quem já leu histórias antigas, principalmente bíblicas, sabe que a regra durante séculos foi discriminar os doentes e privá-los do convívio social. Se, por um lado, podemos perdoar nossos antepassados por eles não terem informação, ignorância hoje não é mais desculpa.
8 – Câncer de Pulmão
Como a obesidade, esse câncer é uma condição que as pessoas tendem a culpar a vítima por ter a doença. A ligação entre fumar cigarros e câncer de pulmão leva as pessoas a acreditar que os que sofrem do câncer “provocaram isso” em si mesmos. Mas, na verdade, milhares de pessoas que nunca fumaram têm câncer de pulmão a cada ano. Além disso, pessoas que fumaram não são menos dignas de tratamento do que as que nunca fumaram: não cabe a nós julgar quem vive e quem morre, não é mesmo? O direito a tratamento médico é previsto em lei para todos os cidadãos.
9 – HPV

O papilomavírus humano (HPV) infecta a pele ou mucosas, muitas vezes de forma assintomática. Ele pode causar verrugas vaginais, e algumas cepas do vírus podem causar câncer cervical em mulheres, o que o torna uma perigosa doença sexualmente transmissível (DST).
Existe até vacina para o vírus, mas é difícil para os governos fazerem campanhas ou a tornarem obrigatória, porque a transmissão da doença é através do contato sexual. Especialistas argumentam que a vacina é mais eficaz antes da pessoa tornar-se sexualmente ativa, mas há quem diga que torná-la obrigatória ou incentivá-la pode estimular os adolescentes a se engajarem em atividade sexual precoce. Ao mesmo tempo, “melhor prevenir do que remediar”, não é mesmo?Tirar um pouco do estigma da doença poderia ajudar na conscientização com responsabilidade.
10 – HIV/AIDS
Dá para enumerar diversos estigmas dessa doença: “doença de gay”, de comportamento promíscuo, de “drogado”, etc. Aparecendo no início dos anos 80 como uma síndrome misteriosa que atingia em sua maioria homens gays, o “comportamento imoral” virou o símbolo da propagação da Aids, que se tornou mais uma daquelas doenças em que “culpamos a vítima”.
De acordo com um estudo de 1999, 52% dos norte-americanos ainda associava HIV com homossexualidade, apesar do fato de que, já naquela época, apenas cerca de um terço dos novos casos de HIV eram de homens gays. Em 2006, um relatório da Kaiser Family Foundation descobriu que o americano fazia uma confusão significativa sobre o HIV: 37% deles acreditavam erroneamente que o HIV podia ser transmitido pelo beijo, enquanto 32% pensavam que poderia se espalhar através de copos compartilhados. Se a população pensa isso, já dá para imaginar como os doentes são vistos/tratados na sociedade.
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2011, o Brasil teve 608.230 casos registrados de HIV (condição em que a doença já se manifestou), de acordo com o último Boletim Epidemiológico. A morte pela doença tem diminuído, e os casos são apenas ligeiramente mais comuns em homens do que mulheres. Veja outras estáticas e saiba como se prevenir aqui.
O item 9 e 10 dessa lista se referem a doenças sexualmente transmissíveis, mas essas não são as únicas estigmatizadas. No geral, pessoas com esse tipo de doença podem ser vistas como “promíscuas” ou “desleixadas”, percepção em muitos casos errônea, e sempre preconceituosa.
Bônus: Depressão

Hoje, a depressão não é tão estigmatizada, já que foi bastante estudada e agora é mais bem compreendida.
Só que ainda falta compreensão: muitos casos da doença não são levados a sério, mas precisariam. Existe depressão de todos os níveis, de leve a grave, e nem todos são tratados de acordo.
Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revolveu que, em 2011, o Brasil foi o país com a maior prevalência da doença, com 10,8% da população apresentando o distúrbio mental.
Em 2008, o Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostrou que a depressão é a quinta doença de maior ocorrência no Brasil.
No mundo todo, estima-se que a depressão afete 121 milhões de pessoas. A OMS acredita que em pouco mais de 10 anos, a doença será a segunda mais comum no mundo, chegando ao primeiro lugar em 2030. Ela também será a maior responsável por mortes prematuras e anos produtivos perdidos dado seu potencial incapacitante. Mais: pesquisas indicam que depressão na meia idade leva a um maior risco de desenvolver demência mais tarde (como Alzheimer), além da condição estar ligada a diversas outras doenças e problemas.
É preciso que as pessoas fiquem atentas aos sintomas da condição, para tratá-la de acordo. Remédios e assistência psicológica estão entre os tratamentos mais procurados.[LiveScience, Globo, Estadao, Abril, InfoEscola]

Emagrecimento: 30 minutos de treino é melhor do que uma hora

 


Por em    mulheres e 50% dos homens brasileiros se encontram com excesso de peso, sendo que 16,9% das mulheres e 12,5% dos homens são obesos.
Os números são preocupantes, especialmente por que estão aumentando, mas uma solução simples pode reverter essa tendência: apenas 30 minutos de exercício por dia.
Um novo estudo da Universidade de Copenhague (Dinamarca) descobriu que 30 minutos de treinamento diário é igualmente eficaz à uma hora de treino diário. Na verdade, os participantes do estudo que treinaram apenas meia hora perderam mais peso, embora os cientistas não saibam dizer por quê.
De qualquer forma, a conclusão é de que meia hora diária é suficiente para “reverter” a epidemia da obesidade.
60 homens dinamarqueses, considerados “pesados, mas saudáveis”, e que queriam ficar em forma e perder peso ao longo de três meses participaram da pesquisa.
Metade deles foi convidada a se exercitar por uma hora por dia, usando um monitor de frequência cardíaca e contador de calorias, enquanto o segundo grupo só teve de suar por 30 minutos. Os exercícios incluíam pedalar, correr e remar.
Todas as sessões de treinamento foram planejadas para produzir suor, mas de forma leve. No entanto, era esperado que os participantes aumentassem a intensidade do exercício três vezes por semana.
Os pesquisadores concluíram que apenas 30 minutos de exercício duro a ponto de produzir suor foi o suficiente para virar o jogo e dar aos homens um índice de massa corporal saudável.

As surpresas

A surpresa do estudo foi que os participantes dos 30 minutos por dia queimaram mais calorias do que deveriam em relação ao programa de treinamento que foi estabelecido para eles.
Já os participantes do treino de uma hora perderam muito pouco peso em relação à energia que queimaram. Na verdade, o grupo da meia hora perdeu quase um quilo a mais que o grupo que tecnicamente deveria ter se exercitado mais.
Os pesquisadores concluíram que treinar por meia hora é tão eficaz quanto por uma hora, já que essa meia hora a mais não trouxe nenhum benefício adicional aos homens.
Agora, porque os participantes que treinaram mais perderam menos peso, é um mistério. Os cientistas sugerem que os homens das sessões de 30 minutos podem ter treinado um pouco mais por conta, porque não se cansavam tanto ao final de cada sessão. Além disso, os que se exercitavam mais podem ter comido mais também.
De qualquer forma, se você não tem tempo, mas quer emagrecer, 30 minutos de exercício por dia parece bastante razoável e eficaz. Não custa tentar.[ObesidadeBrasil, Telegraph, Abeso]

Vênus, a bizarra gata quimérica

 


 
Viu que diferente? Isso porque ela é, supostamente, uma quimera (o termo significa figura mística caracterizada por aparência híbrida de dois ou mais animais). Já abordamos quimeras antes aqui no Hype, mas desta vez não estamos publicando o resultado de um trabalho científico.
Vênus é uma fêmea de três anos e se destaca pelo aspecto bizarro de sua face, que é divida exatamente no meio. O lado direito é coberto de pelos pretos, e a outra face é de um castanho manchado. A estranha face é completa com a heterocromia: Vênus tem os olhos com cores diferentes.
Adotada em 2009 em uma fazenda de laticínios na Carolina do Norte (EUA), Vênus é o resultado de uma fusão de embriões, e tem o código genético de dois gatos. Pode-se dizer que Vênus é sua própria irmã ou, como diz o site Geeokologie, ela é seu próprio gêmeo fraterno (não idêntico). Embora o quimerismo seja raro, acontece até com lagostas.
A dona de Vênus por enquanto permanece anônima, mas não poupa elogios à gatinha, afirmando que ela é gentil, amorosa, e que, apesar de ter 3 anos, continua miando como um filhote. As fotos da gatinha feitas pela “mamãe” viraram furor na internet, e a página da mesma no Facebook já ganhou mais de 10.000 Curtir (e continua ganhando).[This Blog Rules, Colorado State University, Geekologie]

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Humanos fizeram sexo regularmente com misteriosos hominídeos na África

 


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Embora os seres humanos modernos sejam os únicos sobreviventes da linhagem na humanidade, outros já habitaram a Terra, fazendo seu caminho para fora da África antes mesmo de nossa espécie o fazer – incluindo os neandertais no oeste da Ásia e o recém-descoberto hominídeo de Denisova na Ásia oriental.
A análise genética de fósseis dessas linhagens extintas revelou que eles já cruzaram com os humanos modernos, união que pode ter gerado mutações em nossa linhagem, e que teria nos protegido quando começamos a nossa expansão ao redor de todo mundo, aproximadamente 65 mil anos atrás.
Agora, pesquisadores que recentemente analisaram o genoma humano encontraram evidências de que nossa espécie hibridizou com uma linhagem de humanos até então desconhecida antes mesmo de deixar a África – cerca de 2% do DNA africano talvez seja proveniente dessa linhagem.
Em comparação, as estimativas recentes sugerem que o DNA do neandertal estaria presente em 1% a 4% dos genomas modernos (no caso da Europa e Ásia) e o hominídeo de Denisova teria 4% a 6% do DNA presente nos genomas da Melanésia.
Um novo estudo sequenciou cerca de 60 regiões do genoma humano que aparentemente não tem nenhuma função. Estes genes são menos sujeitos a mudanças do que o DNA funcional – que se altera como resultado das recentes pressões evolutivas. Esses genes podem dar uma visão mais clara sobre como a população pode ou não ter se misturado no passado.
Três populações que apresentam uma boa amostra da diversidade geográfica e cultural da África subsaariana foram focadas, e então foram procurados padrões incomuns de genes que poderiam ter surgido de cruzamentos com linhagens primitivas.
Isso incluiu a caça aos haplótipos longos, ou conjuntos de sequências de DNA que não são vistas em outros grupos de humanos modernos (que tendem a ter haplótipos mais curtos). Haplóplitos relativamente longos, encontrados juntos em um trio incomum, foram descobertos em vários sequenciamentos.
Ao comparar esse conjunto de genes com o dos comumente encontrados nos humanos modernos, os pesquisadores estimaram que eles podem ter vindo de uma linhagem de ancestrais humanos que viveram cerca de 700 mil anos atrás. Para se ter uma ideia mais clara, a linhagem neandertal divergiu da nossa 500 mil anos atrás, enquanto os primeiros sinais das características humanas modernas apareceram 200 mil anos atrás.
O comprimento dos haplótipos exóticos encontrados, provenientes dessa linhagem extinta, sugere que o cruzamento pode ter ocorrido até recentemente, como 35 mil anos atrás. Cientistas acreditam que a união sexual dessa espécie com a nossa pode inclusive ter acontecido com bastante frequência e regularidade.
O trio de haplótipos exóticos da linhagem extinta foi encontrado em grupos humanos modernos localizados não só na África subsaariana, mas também em uma população de pigmeus da África central. Como esse grupo é relativamente isolado de outras populações humanas modernas, incluindo outros pigmeus, os cientistas acreditam que esse ambiente pode ter sido a terra natal da extinta linhagem.
A equipe de pesquisadores pretende analisar outras sequências de genes de vários outros grupos humanos modernos africanos para obter mais informações sobre como os cruzamentos podem ter ocorrido.
Os pesquisadores também querem descobrir se o DNA de nossos parentes primitivos nos conferiu alguma vantagem evolutiva. O processo de cruzamento dos seres humanos modernos com outras linhagens pode ter acelerado o processo evolutivo, permitindo uma melhor adaptação às novas condições. Este pode ter sido um modo importante de aquisição de novas características que nos tornaram o que somos hoje.
Até agora, entretanto, nenhum vestígio dos incomuns haplótipos da nova linhagem descoberta foram observados fora da África. Mas enquanto não há mais pesquisas e procura, é difícil afirmar alguma coisa concretamente. [LiveScience]