segunda-feira, 31 de março de 2014

Crianças e adolescentes são 70% das vítimas de estupro - Pesquisa IPEA

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27/03/2014 20:37
 

Nota Técnica apresentada no Ipea analisou dados do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde

Encerrando o Mês da Mulher, o Ipea realizou nesta quinta-feira, 27, um seminário em Brasília para apresentação de estudos que tratam da violência contra o sexo feminino. Além de uma edição do Sistema de Indicadores de Percepção Social, foi apresentada a Nota Técnica Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde. É a primeira pesquisa a traçar um perfil dos casos de estupro no Brasil a partir de informações de 2011 do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan).
Com base nesse sistema, a pesquisa estima que no mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil e que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. A Nota Técnica é assinada pelo diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia, Daniel Cerqueira, que fez a apresentação, e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Danilo Santa Cruz Coelho.
Os registros do Sinan demonstram que 89% das vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes. “As consequências, em termos psicológicos, para esses garotos e garotas são devastadoras, uma vez que o processo de formação da autoestima - que se dá exatamente nessa fase - estará comprometido, ocasionando inúmeras vicissitudes nos relacionamentos sociais desses indivíduos”, aponta a pesquisa.
Em metade das ocorrências envolvendo menores, há um histórico de estupros anteriores. Para o diretor do Ipea, “o estudo reflete uma ideologia patriarcal e machista que coloca a mulher como objeto de desejo e propriedade”. Ainda de acordo com a Nota Técnica, 24,1% dos agressores das crianças são os próprios pais ou padrastos, e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima. O indivíduo desconhecido passa a configurar paulatinamente como principal autor do estupro à medida que a idade da vítima aumenta. Na fase adulta, este responde por 60,5% dos casos.
Em geral, 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima, o que indica que o principal inimigo está dentro de casa e que a violência nasce dentro dos lares. A pesquisa também apresenta os meses, dias da semana e horários em que os ataques costumam ocorrer, de acordo com o perfil da vítima.

Leia o texto (Nota Técnica): Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde (versão preliminar)
Leia o texto (SIPS): Tolerância social à violência contra as mulheres

Pesquisa IPEA sobre estupro Preocupante

27/03/2014 20:41
SIPS revela percepções sobre a violência contra a mulher

Maioria dos consultados pelo Ipea acredita que comportamento feminino pode induzir ao estupro

Realizada entre maio e junho de 2013, uma nova rodada da pesquisa SIPS/Ipea (Sistema de Indicadores de Percepção Social) divulgada nesta quinta-feira, 27, revelou que 91% dos brasileiros defendem, totalmente ou parcialmente, a prisão para homens que batem em suas companheiras. A tendência em concordar com punição severa para a violência doméstica ultrapassa as fronteiras sociais, com pouca variação segundo região, sexo, raça, idade, religião, renda, ou educação: “78% dos 3.810 entrevistados concordaram totalmente com a prisão para maridos que batem em suas esposas”, afirma o documento.
No entanto, esses dados não permitem pressupor um alto grau de intolerância da sociedade brasileira à violência contra a mulher. Quase três quintos dos entrevistados, 58%, responderam que “se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros”. Quando a questão é se “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre os membros da família”, 63% concordaram, total ou parcialmente. Da mesma forma, 89% dos entrevistados concordaram que “a roupa suja deve ser lavada em casa”; e 82% que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.
De acordo com os autores do estudo, as percepções manifestadas indicam que a população ainda “adere majoritariamente a uma visão de família nuclear patriarcal, ainda que sob uma versão moderna”. Assim, “embora o homem seja ainda percebido como o chefe da família, seus direitos sobre a mulher não são irrestritos, e excluem as formas mais abertas e extremas de violência”.
Rafael Osorio, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, explicou que outras formas de violência estão sendo percebidas pela população. “Existe atualmente uma rejeição da violência física e simbólica – xingamentos, tortura psicológica –, no entanto, 42% das pessoas acreditam que a mulher é culpada pela violência sexual”, afirmou. Outro fator que chama a atenção são os casos de estupro dentro do casamento. “27% das pessoas concordam que a mulher deve ceder aos desejos do marido mesmo sem estar com desejo, e esse é um dado perigoso.”

Variações
Inspirado numa grande pesquisa nacional realizada na Colômbia, em 2009, que investigou aspectos relacionados aos hábitos, atitudes, percepções e práticas individuais, sociais e institucionais no que diz respeito à violência de gênero, o SIPS também buscou outras opiniões relacionadas à questão da discriminação e do sexismo.
Em um sentido mais geral, 50% dos respondentes concordaram total ou parcialmente com a afirmação “casais de pessoas do mesmo sexo devem ter os mesmos direitos dos outros casais”. Entretanto, diante de uma formulação mais incisiva, de que “o casamento de homem com homem ou de mulher com mulher deve ser proibido”, mais da metade, 52%, concordaram com a proibição.
Quando a situação é ainda mais concreta, de explicitação de uma relação homossexual em público, a oposição cresce: mais de 59% concordam total ou parcialmente que “incomoda ver dois homens, ou duas mulheres, se beijando na boca em público”.

Contribuições
Estiveram presentes ao debate a secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Natália Fontoura, e Nina Madsen, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFMEA), que fez a apresentação Entraves Institucionais ao Enfrentamento da Violência contra as Mulheres: construindo diagnósticos.
Aparecida Gonçalves explicou que mesmo com a Lei Maria da Penha o número de mulheres assassinadas com boletim de ocorrência registrado ainda é alto, e por isso “todas as políticas públicas existentes devem ser preparadas para atender as mulheres”. Segundo ela, “temos apenas 521 delegacias especializadas para atender mulheres no Brasil, o que é pouco”.
Lourdes Bandeira, secretária-executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres, fez os comentários finais. Ela disse que a violência doméstica é um tema delicado e que deve ser tratado com afinco. “Tratar a violência doméstica é tratar o espaço, porque ele revela as relações de intimidade e privacidade. Isso tanto para a violência física quanto sexual”, concluiu.

Corpo humano artificial pode acabar com testes em animais


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Novos métodos substitutivos

 

30 de março de 2014 às 6:00

Um grupo de cientistas está perto de desenvolver uma miniatura de corpo humano artificial
Um grupo de cientistas está perto de desenvolver uma miniatura de corpo humano artificial
Um grupo de cientistas liderado por Rashi Iyer no Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos, está perto de finalizar um corpo humano artificial para realizar testes de toxinas que atualmente são feitos em animais.
O projeto da iniciativa Athena, “Advanced Tissue-engineered Human Ectypal Network Analyzer” (Reprodução de Tecido Humano Avançado em Rede de Análise, em tradução livre) é composto por um fígado sintético, coração, pulmão e rim que têm aproximadamente o tamanho de uma tela de smartphone e funcionam como os órgãos humanos. No futuro, os cientistas querem que o corpo seja mais completo: conectado por vasos sanguíneos e revestido por tecidos orgânicos, como se fosse uma pessoa real. O objetivo é ter um pulmão que respire, um coração que bombeie, um fígado que metabolize e um rim que excrete — tudo isso ligado a uma estrutura de tubulação semelhante a vasos sanguíneos conectando os órgãos.
O uso de sistemas que simulam órgãos e reações químicas por chips já é usado para imitar órgãos individuais, mas a diferença é que o projeto Athena usa criações sintéticas conectadas. Com isso, é possível ver como alguns medicamentos afetam o organismo como um todo, e não fazer apenas testes para regiões específicas do corpo.
Infelizmente o projeto ainda não está salvando beagles e outros animais explorados em testes de produtos farmacêuticos, mas promete ser um bom método para o futuro.
Fonte: Info Exame

quinta-feira, 27 de março de 2014

Preocupante demais

Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) divulga resultado de pesquisa realizada com jovens entre 14 e 25 anos, de 149 municípios

Sexo sem camisinha, álcool e direção, cocaína, aborto, depressão, tentativa de suicídio. Parece conteúdo de biografia de ídolos do rock da década de 1970, mas é o retrato de parte da juventude brasileira. Ou pelo menos é o que se pode pensar após ver os resultados do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgados nesta quarta-feira pela Universidade Federal de São Paulo, que analisou o comportamento de risco dos jovens no país.
reprodução
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Metade dos jovens entrevistados consomem álcool. Um terço faz sexo sem camisinha. De cada dez, uma já fez aborto e um já pensou em suicídio.
O objetivo da pesquisa era saber como se comporta o jovem brasileiro quando os temas são consumo de drogas, sexo, violência e saúde. Foram entrevistadas 4607 pessoas de 149 municípios diferentes. Os resultados que podem ser vistos a seguir são referentes aos jovens com idades entre 14 e 25 anos.
Abaixo, separamos alguns destaques. Quem quiser conferir os resultados completos da pesquisa pode conferir a página do Lenad na internet.
Álcool – Metade dos jovens consomem bebidas alcoólicas e o consumo se inicia aos 15 anos. Desses, 36% afirmam fazer uso nocivo do álcool (bebem 4 ou mais doses em 2 horas). O fato mais interessante é a quantidade de jovens que dirige alcoolizada: quase um terço já conduziu após beber e mais um quarto já pegou carona com um motorista embriagado.
Cigarro – Os meninos são os que mais fumam. 5% dos menores de 18 anos (que não têm autorização para comprar cigarros) e 18% dos maiores de idade confirmaram fumar. Os maiores consumidores são os que iniciam no tabaco entre os 14 e 16 anos.
Drogas Ilícitas – Apenas 5% afirmaram ter usado maconha no último ano e 3,5% fizeram o mesmo com cocaína. O fato curioso: entre as garotas, a cocaína é mais popular.
Violência – 6% dos jovens se envolveram em brigas com agressão física e a mesma quantidade já foi vítima de assaltos. Mesmo assim, grande parte (87%) não evita frequentar lugares por medo serem assaltados.
Sexo – Um dos dados de mais impacto da pesquisa: 34% dos jovens assumiram que nunca ou quase nunca usam camisinha durante as relações sexuais.
Aborto – A gravidez precoce atinge um terço das garotas brasileiras e pelo menos uma entre cada dez meninas de 14 a 20 anos já sofreu um aborto. Entre as que têm de 20 a 25 anos, a quantidade sobe para quase 15%.
Saúde Física – Embora quase um terço dos jovens se considere acima do peso, 19% revelam que nunca comem saladas ou vegetais crus e 57% não realizam nenhum tipo de atividade física.
Apesar de 89% dos jovens afirmarem que não são portadores do vírus HIV, 88% também afirmaram que nunca doaram sangue ou realizaram testes para saberem se têm HIV.
Saúde mental – Quase um terço das jovens entrevistadas tem depressão. Entre ambos os sexos, 9,4% já pensaram em cometer suicídio e 5% já tentaram de fato.

terça-feira, 18 de março de 2014

Descoberta sugere que nosso universo é parte de um Multiverso

 

A primeira evidência direta da inflação cósmica – um período de rápida expansão que ocorreu uma fração de segundo após o Big Bang – também apoia a ideia de que o nosso universo é apenas um entre muitos por aí, segundo alguns pesquisadores.
Multiverso
Na segunda-feira (17 de março), os cientistas anunciaram novas descobertas que marcam a primeira evidência direta de ondas gravitacionais primordiais – ondulações no espaço-tempo criadas depois que o universo surgiu. Se os resultados forem confirmados, eles fornecem uma boa evidência de que o espaço-tempo se expandiu em muitas vezes a velocidade da luz logo após o Big Bang 13,8 bilhões anos atrás. [Encontrada a maior prova do Big Bang até agora]
A nova pesquisa também dá credibilidade à ideia de um Multiverso. Esta teoria postula que, quando o Universo cresceu exponencialmente na primeira pequena fração de segundo após o Big Bang, algumas partes do espaço-tempo se expandiram mais rapidamente do que outras. Isto poderia ter criado “bolhas” do espaço-tempo que então desenvolveram outros universos. O universo conhecido tem as suas próprias leis da física, enquanto outros universos poderiam ter diferentes leis, de acordo com o conceito do Multiverso. [5 razões que indicam que vivemos em um Multiverso]
“É difícil construir modelos da inflação que não levam a um Multiverso”, disse Alan Guth, físico teórico do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) durante uma conferência de imprensa na segunda-feira. “Não é impossível, mas ainda há certamente pesquisas que precisam ser feitas. Mas a maioria dos modelos de inflação leva a um Multiverso, e as evidências para a inflação estão nos forçando a aceitar a ideia de que o nosso universo é apenas um em uma infinidade.” [A vida é um acaso? Não, segundo a tese do Multiverso]
Outros pesquisadores concordaram sobre a relação entre a inflação e o Multiverso.
“Na maioria dos modelos de inflação, se a inflação estiver lá, então o Multiverso também estará”, disse o físico teórico Andrei Linde, da Universidade de Stanford, que não esteve envolvido no novo estudo. “É possível inventar modelos de inflação que não permitem que o Multiverso, mas é difícil. Todo experimento que traz melhor credibilidade à teoria inflacionária nos traz muito mais perto de indícios de que o Multiverso é real.”
Linde, um dos principais contribuintes para a teoria da inflação, diz que se o universo conhecido é apenas uma bolha, deve haver muitas outras bolhas no tecido cósmico. [Space]


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