domingo, 30 de dezembro de 2012

10 possíveis próximos passos da evolução humana

Por em 29.12.2012 as 16:00

A evolução humana não é somente algo do passado. Embora tenhamos mesmo evoluído durantes todos esses milhões de anos, ainda não paramos de evoluir. Isso significa que ainda há muito espaço para melhoras, e, se a civilização continuar no mesmo caminho que trilha hoje, algumas grandes mudanças podem ser esperadas para os próximos 200.000 anos. Confira dez delas:
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1 – Monoetnia

Multiculturalismo é a essência da sociedade moderna. Não deve ser surpresa, então, que os seres humanos evoluam para um único grupo étnico, se a mistura das culturas continuar. Conforme a miscigenação se tornar mais comum, os seres humanos perderão lentamente as características distintivas de sua etnia, e assumirão características de diversas partes do mundo. Uma pesquisa até indicou que todos se parecerão como os brasileiros (um povo bastante miscigenado) em “pouco” tempo. Há uma vantagem óbvia nisso: “raça” já não será mais um problema.
2 – Sistema imunológico fraco

Conforme os seres humanos tornam-se mais e mais dependentes de medicamentos para a sobrevivência, o sistema imunológico vai enfraquecendo lentamente. A melhor maneira de explicar isso é com um exemplo: o uso de hormônios. Imagine um futuro em que, com a ajuda de suplementos, você possa regular seus hormônios para maximizar o seu bem-estar. Com o tempo, seu corpo se tornaria dependente dos hormônios adicionais, ao ponto de parar de fazer por si mesmo o que os suplementos podem fazer em seu lugar. Os processos que criam hormônios se tornariam menos importantes para a sobrevivência, uma vez que o seu corpo sempre tem o suficiente, graças aos suplementos. Depois de dezenas de milhares de anos, é provável que os seres humanos evoluam ao ponto de hormônios não serem mais criados organicamente dentro de nosso corpo.
Se ajuda externa fosse inteiramente responsável pela nossa sobrevivência, muitas de nossas funções internas poderiam se tornar obsoletas. Por que o seu corpo precisaria de um poderoso sistema imunológico se todos os patógenos pudessem ser curados com medicação? De fato, é uma desvantagem da utilização de medicamentos para combater doenças.
3 – Menos massa muscular

Há duas causas previsíveis para o enfraquecimento físico gradual da raça humana. A primeira é a nossa crescente dependência da tecnologia – e de máquinas, em particular – para fazer o nosso trabalho sujo. Quanto menos cada geração depender da força física, mais provável é que toda a espécie fique mais fraca.
A segunda causa possível para a atrofia muscular é um pouco mais impressionante: envolve um cenário em que nós temos que mudar para o espaço. Em tal cenário, a força física é quase desnecessária para o dia-a-dia. Eventualmente, perderíamos a maioria de nossa massa muscular.
4 – Mais altura

A altura humana tem crescido rapidamente nos últimos dois séculos. Ao longo dos últimos 150 anos, a altura média da espécie aumentou 10 centímetros. Acredita-se que a principal força motriz por trás deste crescimento é a abundância de nutrição disponível para muitos de nós. Quanto mais a criança tem para comer, mais energia ele ou ela tem para crescer. Enquanto tivermos a capacidade de comer em excesso, a espécie vai continuar a crescer (e ficar mais alta). Se o céu é o limite, ou se a biologia vai nos parar em algum lugar, só o tempo – e a evolução – dirá.
5 – Menos pelo

Já perdemos a maior parte do pelo do nosso corpo por uma série de razões. Seguindo esse caminho, é provável que os seres humanos se tornem ainda mais carecas ao longo do tempo. As mulheres, em particular, são frequentemente vistas como mais atraentes com menos pelo em várias partes de seus corpos. Como esse traço oferece vantagem a um indivíduo quando se trata de atratividade sexual, podemos postular que, ao longo do tempo, as mulheres evoluam para ter menos pelo. O mesmo pode ser dito para os homens, mas como há menos pressão social para que tenham pele lisa, a mudança permanente provavelmente ocorrerá mais lentamente.
6 – Mudanças cerebrais

A tecnologia já afetou a forma como a nossa memória funciona. O cérebro humano, sendo uma máquina em busca da máxima eficiência, tipicamente memoriza o ponto onde a informação é armazenada, em vez de a própria informação. É muito mais fácil de lembrar onde você colocou o livro com as informações do que recordar o conteúdo real do livro, não é mesmo? Na era da internet, essa peculiaridade mental tornou-se especialmente importante. Nós não tentamos mais decorar números de telefones, simplesmente os buscamos. Não tentamos lembrar de respostas, as pesquisamos na web,e assim por diante. Conforme a tecnologia se torna mais avançada, o nosso cérebro vai se adaptar a fim de maximizar sua eficiência, talvez em detrimento de nossa memória.
7 – Dentes menores

A mudança mais óbvia em nossos maxilares será o desaparecimento dos dentes do siso, que não tem mais utilidade aos seres humanos modernos. Muitos grupos étnicos já têm baixas taxas de ocorrência desse tipo de dente. Além disso, também podemos esperar que os nossos dentes fiquem menores. Ao longo da evolução do homem, tem havido uma tendência geral para dentes pequenos. Evidências mostram que nos últimos 100.000 anos, nossos dentes reduziram pela metade em tamanho. Nossos maxilares também encolheram. A tendência deve continuar, especialmente porque nossa comida é cada vez mais facilmente digerível.
8 – Menos dedos do pé

Antes dos humanos andarem eretos, nossos dedos eram usados para a luta, assim como nossas mãos. Conforme dependemos menos da escalada e mais de ficar de pé, nossos pés têm lentamente se reduziram ao seu tamanho atual. A evolução agora caminha para livrar-nos do nosso quinto dedo do pé, o menor. Em comparação com os dedos maiores que servem para nos dar equilíbrio e andar, os pequenos não servem de nada, e podemos sobreviver muito bem sem eles. Devido a isso, e por causa dos problemas que surgem a partir de sua existência desnecessária – como serem frequentemente esmagados em sapatos e em esbarrões com objetos -, podemos esperar que os humanos se tornem uma criatura de quatro dedos.
9 – Crânios menores ou maiores

Duas escolas de pensamento existem sobre a questão do volume do nosso crânio. Uma, que conta com o apoio de muitos cientistas, afirma que nosso crânio está no limite de seu tamanho. Qualquer pessoa que tenha dado à luz sabe que a cabeça de uma criança já é, para falar diplomaticamente, bastante grande. Por esta razão, muitos biólogos acreditam que uma cabeça maior tornaria o nascimento impossível – algo que o processo evolutivo eliminaria gradualmente rapidamente, sem dúvida. A grande cabeça no nascimento é também mais propensa a ferir ou matar a mãe. Assim, parece inevitável que o tamanho da nossa cabeça fique o mesmo, ou até menor.
No entanto, isso ignora o fato de que cesarianas são comuns e oferecem oportunidades para a sobrevivência de crianças com grandes cabeças. Na verdade, alguns acreditam que a cesárea acabará por ser mais segura do que o parto natural no futuro, o que leva à possibilidade de que as crianças com cabeças pequenas, naturalmente entregues, sobrevivam menos. Mas tal dependência seria perigosa para os seres humanos. Se humanos “cabeçudos” perdessem a capacidade de realizar cesarianas, poderíamos esperar uma extinção rápida.
10 – Autoevolução

Os seres humanos podem, eventualmente, chegar a um ponto no qual “forcem” a evolução em si mesmos através do uso da tecnologia. Seja através de órgãos biônicos, por exemplo, ou por meio de seleção genética, na qual futuros pais escolhem as características de seu filho antes do nascimento, a evolução humana deverá caminhar por essa estrada. A seleção genética, em particular, pode levar rapidamente a um boom de “bebês projetados”, nos quais todos os defeitos e traços indesejáveis podem ser removidos. Se isso se generalizar, poderia potencialmente forçar muitos traços humanos (negativos ou não) à extinção.[Listverse]

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A gonorréia pode virar uma super doença?

 

 
Por em 28.04.2011 as 0:50


Cientistas alertam que a doença sexualmente transmissivel (DST) gonorréia está se tornando cada vez mais resistente aos tratamentos nos EUA. Em 2009, quase um quarto das cepas de bactérias testadas em uma vigília em todo aquele país se mostraram resistente à penicilina, tetraciclina, fluoroquinolonas e até uma mistura dos três. Outras informações, datadas de 2010 indicaram resistência a outro antibióticos como cefalosporina. Isto é alarmante, pois esta é as cefalosporinas são a última classe de antibióticos que os médicos têm para tratar essa DST.
“Isto pode ser um anúncio do que está por vir”, disse Kimberly Workowski, do Centro para o Controle e Prevenção de DSTs (CDC) do governo dos EUA. “A resistência pode ficar pior”. Se isso acontecer, a gonorréia pode virar uma superbactéria e ter um efeito catastrófico no controle da doença. Especialistas estão trabalhando em estratégias de prevenção da resistência, incluindo tratar a doença com diversos antibióticos de uma só vez. Eles também estão fazendo campanha pelo sexo seguro para diminuir a transmissão.
A gonorréia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhea e o seu contágio acontece por meio de sexo sem uso de preservativo. Pessoas com esta doença geralmente não têm sintomas visíveis, mas ela pode levar a complicações seriíssimas, incluindo infertilidade e dor crônica na pélvis nas mulheres. Nos homens, ela pode causar epididimite, uma síndrome clínica que consiste em dor e inchaço do epidídimo (pequeno duto que coleta e armazena os espermatozóides), que pode levar a infertilidade. Se a bactéria se espalha na corrente sanguínea ou nas articulações, pode levar à morte.
Mais de 301 mil casos foram reportados pelo CDC em 2009, mas a agência estima que o número real chegue a 700 mil pessoas contaminadas a cada ano nos EUA. Desde os anos 1970 a bactéria tem ficado resistente aos antibióticos tradicionais como penicilina e tetraciclina. Em 1991, começaram a emergir bactérias resistentes à fluoroquinolona. Já não se recomenda mais tratamentos com estas drogas para não aumentar a resistência.
Pesquisadores agora vêem o surgimento resistente à cefalosporina na região sudeste da Asia. Geralmente, estes tipos resistentes migram para o EUA e se espalham pelo ocidente. “Esperamos que a história não se repita, mas parece que o padrão está se mantendo”, disse Kimberly.
Para prevenir a resistência, o CDC recomenda que a doença seja tratada com uma forma injetável de cefalosporina unida a outro tipo de antibiótico como azitromicina ou doxiciclina. Além disso, há pesquisas para encontrar drogas que combatam a DST com baixos custos, incluindo medicamentos que matam a bactéria em diferentes estágios de vida, disse a médica. Contudo, eles já estão preparando um plano emergencial em caso de uma epidemia. [LiveScience]

DSTs podem ser transmitidas por sexo oral?

Por em 18.12.2012 as 17:07



A médica Debby Herbenick, codiretora do Centro para Promoção de Educação Sexual da Escola de Saúde Pública Bloomington (da Universidade de Indiana, EUA), afirmou recentemente que, sim, é possível contrair DSTs por meio de sexo oral.
“Muito do que pode ser passado durante o sexo vaginal também pode ser passado durante sexo oral”, alerta. “Herpes? Sim. Clamídia e gonorreia? Sim (ambas são bacterianas e podem ser curadas com antibióticos, mas há cada vez mais casos de gonorreia resistente a antibióticos, então não queira brincar com isso)”. A lista também inclui o HIV, embora o risco de transmissão seja menor do que na modalidade “convencional”.
O HPV (que também pode ser transmitido via sexo oral), além dos sintomas próprios, pode trazer uma complicação a mais: o vírus foi vinculado com certos tipos de câncer da cabeça e do pescoço, o que aumenta a necessidade de prevenção.
Outra modalidade comentada pela médica é a anilíngua (em que a pessoa usa a língua para estimular o ânus do parceiro), igualmente arriscada se for feita sem proteção – tanto para quem realiza quanto para quem recebe, já que certas doenças podem ser transmitidas pela saliva. Para diminuir os riscos, Herbenick recomenda que a pessoa recorte e use um preservativo como barreira para evitar o contato direto com o ânus. Ela também reforça a realização de testes para detectar DSTs, especialmente no final de um relacionamento e no início de outro.[Gizmodo]

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nós somos todos feitos de estrelas

 


 
Desde programas de televisão até músicas que carregam essa ideia, a teoria de que todos nós somos feitos de estrelas se torna cada vez mais popular.
Em 1980, o astrônomo Carl Sagan narrou uma série televisiva de 13 episódios na qual explicou muitos temas relacionados com a ciência, como a história da Terra, a evolução, e a origem da vida e do sistema solar.
Uma declaração desse astrônomo mexeu com o público. Segundo ele, algumas partes do nosso ser mostram de onde viemos. Ele dizia que “nós somos feitos de matéria estelar”. Com isso, ele resumiu o fato de que os átomos de carbono, nitrogênio e oxigênio em nossos corpos, assim como os átomos de todos os outros elementos pesados, foram criados em gerações anteriores de estrelas há mais de 4,5 bilhões de anos.
Como todos os seres humanos e os outros animais – assim como a maioria da matéria na Terra – contêm esses elementos, sim, nós somos literalmente feitos de matéria estelar. Todo o carbono que contém matéria orgânica foi produzido originalmente nas estrelas.
No começo, o universo era feito de hidrogênio e hélio. O carbono foi feito posteriormente, durante bilhões de anos.
Quando se esgotava o suprimento de hidrogênio de uma estrela, ela morria em uma explosão violenta, chamada de nova. A explosão de uma estrela massiva, chamada supernova, pode ser bilhões de vezes mais brilhante que o sol. Essa explosão estelar lança uma grande nuvem de poeira e gás para o espaço.
Uma supernova atinge seu brilho máximo alguns dias depois de ter explodido. Nesse momento, ela pode ofuscar uma galáxia inteira de estrelas. Em seguida, ela brilha intensamente por diversas semanas antes de desaparecer gradualmente de vista.
O material da supernova, eventualmente, se dispersa por todo o espaço interestelar. As estrelas mais velhas são quase exclusivamente constituídas de hidrogênio e hélio. Posteriormente, outras estrelas mandaram oxigênio e outros elementos pesados ao universo.
Assim, segundo os astrônomos, toda a vida na Terra e os átomos em nossos corpos foram criados do resto de estrelas, agora mortas há muito tempo. Elas produzem elementos pesados, e mais tarde ejetam gases para o meio estelar para que eles possam fazer parte de outras estrelas e planetas – e pessoas. [Lifeslittlemysteries]

Estudo: precisamos repensar a definição de vida para desvendar os mistérios de sua origem

 


 
Encontrar vida fora da Terra tem se mostrado um grande desafio. Tudo bem que só conhecemos poucos dos planetas, satélites e estrelas que existem no universo, mas, ainda assim, tudo que encontramos parece estéril considerando o padrão – e a diversidade – de vida encontrado no nosso planeta.
Talvez esse seja então o problema: nós queremos encontrar vida exatamente como a conhecemos. Mas o que é, exatamente, vida? Somos só nós, os outros animais, as bactérias?
Parte do nosso problema em encontrar vida é que não temos uma boa definição do que é a vida. “Normalmente, nossa forma de identificar a vida na Terra é através da presença de DNA no organismo”, disse Sara Walker, astrobióloga da Universidade do Arizona (EUA).
Porém, essa é uma definição química que pode limitar a busca de vida extraterrestre, além de incluir, erroneamente, sistemas não vivos nessa classificação, como uma placa de Petri cheia de DNA autorreplicante.
“Neste momento, estamos nos concentrando na busca de vida que seja idêntica a nós, com as mesmas moléculas”, afirmou Chris McKay, astrobiólogo da NASA. “Essa abordagem potencialmente estabelece uma estrutura que nos permite considerar outras classes de moléculas orgânicas que poderiam ser a base da vida”.
Por décadas, cientistas tentam recriar os acontecimentos que deram origem à vida no planeta. Na famosa experiência de Miller-Urey relatada em 1953, os cientistas carregaram eletricamente uma sopa primordial de elementos químicos que imitavam a composição química dos oceanos no início do nosso planeta, e descobriram que vários aminoácidos simples, os blocos mais primitivos de vida, se formaram como resultado.
Mas, desde então, os cientistas não avançaram muito na compreensão de como simples aminoácidos podem ter, eventualmente, se transformado em simples, e depois em complexos, seres vivos.
“Na tentativa de explicar como a vida veio a existir, as pessoas têm se concentrado em um problema de química, como se criar vida fosse como fazer um bolo, para o qual nós precisamos de um certo conjunto de ingredientes e instruções para seguir”, disse Paul Davies, físico teórico e astrobiólogo também da Universidade do Arizona. “Essa estratégia não capta a essência do que é a vida”.
Davies e Walker, juntos em uma nova pesquisa, afirmaram que estamos olhando errado para o mistério da origem da vida. Em vez de tentar recriar os blocos de construção químicos que deram origem à vida 3,7 bilhões anos atrás, eles acreditam que devemos usar as principais diferenças na forma como os seres vivos armazenam e processam informações para desvender esse mistério.

Mão dupla

A equipe de cientistas criou um modelo matemático simples para capturar a transição de um ser não vivo para um ser vivo. Segundo os pesquisadores, todos os seres vivos têm uma propriedade que objetos inanimados não têm: fluxos de informação em duas direções. Todos os sistemas vivos são caracterizados por duas vias ou fluxos de informação, tanto de baixo para cima quanto de cima para baixo, em termos de complexidade.
Por exemplo, quando uma pessoa toca um fogão quente, as moléculas de sua mão sentem o calor, transmitem essa informação ao cérebro, e o cérebro, então, diz que para as moléculas da mão se moverem.
Enquanto esse fluxo de informações em dois sentidos governa o comportamento de formas de vida simples e complexas da mesma forma, das menores bactérias às baleias, organismos não vivos não apresentam tal fluxo. Se você colocar um bolo no fogão, o calor pode queimar o bolo, mas ele não vai fazer nada para responder.
Outra característica dos seres vivos é que eles têm diferentes locais físicos para armazenar e ler informação. Por exemplo, o alfabeto de letras no DNA carrega as instruções para a vida, mas outra parte da célula, chamada de ribossomo, é que deve traduzir essas instruções em ações dentro da célula.
Um probleminha desta definição é que, através dela, computadores que armazenam dados em um disco rígido e os lê usando uma unidade de processamento central teria as características de vida – embora isso não signifique que eles estão vivos.
O novo modelo proposto pela equipe ainda está em seu começo e não aponta para novas moléculas que poderiam ter gerado vida em outros planetas, mas estabelece o comportamento necessário que um sistema precisa ter para ser considerado vivo.
“Este é um manifesto”, disse Davies. “É uma maneira de dizer que temos de reorientar e redefinir o assunto, e olhar para ele de uma maneira diferente”.

Vida = processos de informações

Essa não é a primeira vez que um estudo sugere que repensemos a definição de vida sem utilizar elementos químicos.
Uma pesquisa de Christoph Adami afirmou que a vida pode ser definida em termos de processos de informações. Entendendo processos fundamentais que não se referem a um substrato em particular, podemos procurar por vida em outros mundos.
Mesmo na Terra, alguns organismos não se comportam da maneira que definiríamos como vida. Por exemplo, um ser vivo é todo ser que um dia morre. Bom, exceto por um pólipo que pode retroceder para sua forma de embrião e crescer de novo, nunca morrendo. Nesses casos, a vida não é definida através de conceitos com os quais estamos acostumados, mas somente através de processos.
Adami chegou a conclusão de que existe uma certa distribuição de elementos (alguns em alta frequência, porque são úteis, outra em baixa frequência, porque são prejudiciais e só existem no nível do acaso) que é robusta e vista em qualquer situação onde há um sistema vivo. Existe um outro tipo de distribuição visto constantemente onde não há vida.
Essa distribuição não tem a ver com quais elementos estão presentes nela, mas no próprio padrão da distribuição. Em resumo, ele sugere que podemos encontrar vida que não se parece com a nossa usando um “padrão universal de não vida”, e procurando por grandes desvios desse padrão.[LiveScience]

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Alimento orgânico não é mais saudável, confirma estudo

 

alimento orgânico
 
A comida orgânica não é mais benéfica à saúde, comparada com a comida produzida convencionalmente, de acordo com um recente estudo. Pesquisadores da London School of Hygiene & Tropical Medicine, em Londres, Inglaterra, realizaram um levantamento com 162 artigos científicos publicadas nos últimos 50 anos, que mostrou que não existe uma diferença tão grande entre o alimento orgânico e o normal.
» Alimentos orgânicos valem a pena?
O mercado de alimentos orgânicos tinha uma renda estimada em 48 bilhões de dólares (aproximadamente 100 bilhões de reais) em 2007. Os pesquisadores afirmam que consumidores pagam preços maiores pela comida orgânica porque acreditam que ela traz benefícios à saúde.
“Foi encontrada uma pequena diferença entre conteúdos de nutrientes entre produtos alimentícios produzidos convencionalmente e organicamente”, afirma Alan Dangour, um dos autores do estudo. De acordo com Dangour, a diferença é tão pequena que não chega a ter relevância pública. “O estudo mostra que não há evidência que apóie a seleção de alimentos orgânicos com base na superioridade orgânica”, afirma o pesquisador.
Peter Melchett, director da Associação de Solos Britânica, que promove a agricultura orgânica, afirma estar decepcionado com as conclusões dos autores do estudo. Ele critica a metodologia utilizada na pesquisa, que, de acordo com ele, levou os pesquisadores a classificar alguns benefícios nutricionais como “desimportantes”.
» Alimentos orgânicos fazem bem apenas para os vendedores
Melchett também lembra que não há pesquisas suficientes para mostrar os efeitos a longo prazo de pesticidas sobre a saúde dos humanos. [Reuters]

Humanos desceram das árvores muito depois do que se pensava

 

Uma análise dos ossos de uma garotinha que morreu 3,3 milhões de anos atrás na África Oriental sugere que nossos ancestrais desceram das árvores mais tarde do que muitos cientistas pensavam.
As omoplatas fossilizadas de Selam, uma menina de três anos de idade descoberta em Dikika, na Etiópia, mostram características que sugerem que ela e sua família eram excelentes “escaladores”, apesar de também serem adaptados para andar no chão.
Ou seja, este hominídeo já era bípede, mas continuou a subir em árvores, como os seus antepassados símios. Humanos e macacos supostamente compartilharam seu último ancestral comum cerca de 6,5 milhões de anos atrás.

O exemplar-chave

Selam (que significa “paz”) é um exemplo muito bem preservado da Australopithecus afarensis, espécie precursora importante dos modernos seres humanos. Ela é da mesma espécie que Lucy, o famoso esqueleto de 3,2 milhões de anos descoberto em 1974.

Embora A. afarensis seja uma espécie que já andava verticalmente, a questão de saber se também passava boa parte de seu tempo nas árvores era muito debatida, em parte porque um conjunto completo de omoplatas nunca tinha sido encontrado para análise.
Recentemente, no entanto, David Green, da Midwestern University em Illinois (EUA), afirmou que os novos fósseis fornecem fortes evidências de que esses indivíduos ainda subiam em árvores nesta fase da evolução humana.

A pesquisa

Encontrar omoplatas intactas e anexadas a um esqueleto é muito raro, pois elas dificilmente fossilizam, e, quando o fazem, são quase sempre fragmentárias.
Por conta disso, o estudo leva os cientistas mais perto de responder à pergunta “quando nossos antepassados abandonaram o comportamento de escalada?”.
Selam é o esqueleto mais completo de sua espécie já descoberto. Depois de libertar as omoplatas do arenito que a envolvia, os pesquisadores as digitalizaram e fizeram medidas detalhadas para compará-las com as de humanos modernos e grandes macacos.
A análise da forma e da função dos ossos revelou que o estilo de vida da espécie era parcialmente ligado às árvores. Ao mesmo tempo, seu quadril, perna e pés eram adaptados para andar na posição vertical.
Quando os cientistas compararam a escápula de Selam com a de membros adultos da Australopithecus afarensis, ficou claro que seu padrão de crescimento foi mais consistente com o de macacos do que com o de humanos.
A descoberta confirma o lugar central que a espécie de Lucy e Selam ocupa na evolução humana. Mesmo bípede como seres humanos modernos, A. afarensis era ainda um grande escalador. Apesar de não ser totalmente humano, estava claramente nesse caminho.
Green acredita que o Homo erectus, um ancestral do Homo sapiens que viveu há 1,9 milhão de anos, tinha uma morfologia que o tornava mais similar aos humanos modernos e parece ser, até o momento, a primeira espécie estritamente bípede.
Descer das árvores e aprender a andar ereto sobre duas pernas é considerado pela ciência um dos momentos decisivos na história evolutiva humana, que levou nossos antepassados a tomar decisões mais sofisticadas, como controlar o fogo, e a um comportamento social mais complexo.
O estudo foi conduzido pelas instituições Midwestern University e California Academy of Sciences, e publicado na revista Science.[DailyMail, Independent]

Gene alterado pode fazer homens se desenvolverem como meninas

 

 
Pesquisadores fizeram uma descoberta que levará a um diagnóstico mais rápido e preciso de distúrbios do desenvolvimento sexual. Segundo o estudo, foi identificado em seres humanos um gene alterado que faz com que os embriões do sexo masculino desenvolvam genitália feminina.
O distúrbio do desenvolvimento sexual (DDS) é um espectro de condições que pode levar ao estresse emocional, infertilidade e aumento do risco de câncer. As meninas com o distúrbio, por exemplo, podem não desenvolver seios, ter pêlos em excesso e um clitóris aumentado.
Um em cada 4.500 bebês tem mutações genéticas que significam que seus testículos ou ovários não se desenvolvem adequadamente no útero. Isso pode levar a genitália ambígua e a uma aparência física que não corresponde aos seus cromossomos sexuais. Por exemplo, um homem pode parecer feminino, apesar de ter cromossomos XY (do sexo masculino).
Os pesquisadores compararam os genes de 16 pessoas de duas famílias afetadas por um tipo particular de DSD em que os embriões do sexo masculino (com cromossomo XY) desenvolvem características femininas, incluindo genitália feminina e aparência feminina.
Até aquele momento, os cientistas conheciam um pequeno número de genes envolvidos no desenvolvimento das gônadas, e só conseguiam diagnosticar cerca de 20% das pessoas com este tipo de DSD, deixando o restante desse grupo na mão, já que não podiam identificar a causa subjacente de sua condição.
Na pesquisa, todos os 16 pacientes tinham uma alteração no gene MAP3K1, cuja função era até então desconhecida. No entanto, uma alteração genética em comum não é suficiente para ligar o gene à DSD. Se não é expresso na hora e lugar certo, não adianta.
Assim, a equipe de pesquisadores observou o gene equivalente em ratos, para descobrir quando e onde ele era ativo durante o desenvolvimento. O gene se mostrou ativo precisamente quando os testículos estão em desenvolvimento, ou seja, no caso dos ratos, 11,5 dias após a concepção.
De acordo com os cientistas, o MAP3K1 faz parte de uma complexa via de sinalização que leva ao desenvolvimento normal dos testículos. Por isso, sua alteração pode levar à DSD. Alguns especialistas estão completamente convencidos de que o gene é responsável por alguns casos do distúrbio.
Os pesquisadores afirmam que há um longo caminho genético para o desenvolvimento dos testículos. Porém, identificar a causa genética de uma anormalidade vai ajudar no diagnóstico e tratamento dos DSDs. [NewScientist]

Cientistas “ressuscitam” gene de mais de 500 milhões de anos



 
Em 1993, o filme Jurassic Park mostrou como “reviver” criaturas que habitavam a Terra há milhões de anos poderia ser um negócio arriscado. Bom, recentemente um grupo de pesquisadores fez um experimento similar (usando bactérias ao invés de dinossauros como fonte de genes, vale dizer de antemão).
Por meio de um processo chamado evolução paleo-experimental, a equipe do Instituto de Tecnologia de Georgia (EUA) “ressuscitou” um gene bacteriano de mais de 500 milhões de anos, e o inseriu em bactérias E. coli. Ao observar um gene antigo em um organismo moderno, é possível ver se a trajetória evolutiva se repete ou se, ao invés disso, os organismos vão se adaptar de outra forma, explica o cientista Betül Kaçar.

Evolução vista de camarote

Em 2008, seu orientador de pós-doutorado, o professor de biologia Eric Gaucher, descobriu a sequência genética antiga capaz de sintetizar a EF-Tu, uma proteína essencial para a E. coli e presente em todas as formas de vida celulares que conhecemos.
Com o gene em mãos, Kaçar e sua equipe o inseriram nos cromossomos de bactérias, criando oito linhagens idênticas de E. coli híbridas (portando o gene antigo em meio a sequências genéticas modernas). De início, esses organismos não eram tão saudáveis como os atuais. “Isso criou um cenário perfeito para observarmos como os organismos alterados iriam se adaptar e acumular mutações a cada dia [conforme se reproduziam]“, diz Gaucher.
Com o passar do tempo, as gerações de híbridos foram se tornando cada vez mais saudáveis, a ponto de superar as E. coli atuais em alguns aspectos. Ao analisar seu genoma, os pesquisadores perceberam que o gene antigo não se modificou: as proteínas que interagem com ele é que mudaram. Assim, a evolução tomou um rumo diferente do esperado.
A equipe deverá continuar estudando o organismo híbrido para ver como o processo evolutivo vai se desenrolar. “Queremos saber se a evolução sempre vai para um único ponto, ou se encontra múltiplas soluções para um mesmo problema”, explica Kaçar.[Science Daily]

Os espermatozóides originaram-se a 600 milhões de anos

 

 

 
Um novo estudo descobriu que o gene responsável pela produção de espermatozóides é tão vital que sua função se manteve inalterada ao longo da evolução. Ele é encontrado em quase todos os animais, e provavelmente originou-se a 600 milhões de anos.
O gene, chamado Boule, parece ser o único exclusivamente necessário para a produção de espermatozóides nos animais, desde insetos aos mamíferos.
No estudo, foi detectada a presença do gene Boule no esperma em diferentes linhas evolutivas: humanos, mamíferos, peixes, insetos, vermes e marinhos invertebrados. A pesquisa usou esperma de um ouriço do mar, um galo, uma mosca de fruta, um homem e um peixe.
Os pesquisadores afirmaram que a descoberta é muito surpreendente, porque a produção de espermatozóides tende a mudar devido à forte pressão seletiva para genes específicos do esperma evoluir, ser um super macho para melhorar o sucesso reprodutivo. E este é o único elemento específico do sexo que não se alterou entre as espécies. O gene deve ser tão importante que não pode mudar.
A descoberta do papel crucial Boule na perpetuação da espécie pode ter muitas aplicações práticas para a saúde humana. Por exemplo, quando os investigadores retiraram o gene Boule de um rato, o animal pareceu saudável, mas não produziu espermatozóides. Um gene específico como esse pode ser ideal para um medicamento contraceptivo masculino.
Boule também tem o potencial para reduzir as doenças causadas por mosquitos e parasitas. A pesquisa sugere que a desregulação da função de Boule em animais irá perturbar a sua criação e colocar os parasitas sob ameaça ou germes sob controle. Isso poderia representar um novo rumo para o nosso desenvolvimento futuro de agrotóxicos ou medicamentos contra parasitas infecciosos ou portadores de germes.

Fertilidade masculina caiu 32% em apenas 17 anos

 


 
Muitos casais que têm dificuldade em engravidar e vão a clínicas de fertilidade sequer suspeitam que o problema pode estar na qualidade do esperma do marido. Segundo estudo publicado recentemente por pesquisadores da França, a infertilidade masculina é um fenômeno que merece mais atenção do que tem recebido.
Ao analisar amostras de esperma coletadas de 26,6 mil voluntários, a equipe percebeu que a concentração de espermatozoides vem caindo continuamente nas últimas décadas, de 73,6 milhões/ml para 49,9 milhões/ml em média (uma queda de 32,2% de 1989 a 2005).
“A queda da concentração de sêmen mostrada em nosso estudo significa que a média de valores que temos em 2005 caiu abaixo do nível considerado ‘fértil’ pela Organização Mundial da Saúde”, destaca a pesquisadora Joelle Le Moal. Houve participantes que apresentaram valores ainda mais baixos. Por outro lado, o estudo também mostrou que a média de espermatozoides “ativos” subiu de 49,5% para 53,6%.
Os resultados, porém, não deixam de ser preocupantes, especialmente porque condizem com os de outros estudos. Alguns pesquisadores suspeitam que condições ambientais podem estar por trás do fenômeno – há substâncias químicas que atrapalham a produção de hormônios e, assim, prejudicam a produção de gametas. Se uma pessoa é exposta a essas condições ainda na infância, o impacto pode continuar até a vida adulta. Le Moal acrescenta que, em alguns casos, o problema pode ser passado para a geração seguinte, se provocar alterações genéticas.
“No Reino Unido esse problema nunca foi visto como prioridade de saúde, talvez por causa de dúvidas quanto à possibilidade de a ‘queda na contagem de espermatozoides’ ser real ou não. Agora, só pode haver poucas dúvidas quanto a isso, portanto é hora de agir”, aponta o professor Richard Sharpe, da Universidade de Edinburgo (Reino Unido).
Na França, cientistas estão planejando um programa nacional de monitoramento da qualidade do esperma de cidadãos.[The Telegraph]

Mudar a vida também modifica seus genes


Genes Gene - Revista HypeScience
AVocê não pode mais reclamar que seus problemas de saúde estão “nos seus genes”, pois uma nova pesquisa descobriu que uma mudança no estilo de vida pode também modificá-los, para melhor.
O estudo acompanhou 30 voluntários diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco que haviam decidido não seguir com cirurgia, radioterapia ou terapia hormonal para combater a doença. » Exercício aeróbico rejuvenesce até 12 anos
Os homens fizeram mudanças radicais no estilo de vida incluindo uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos, legumes e produtos à base de soja; exercícios moderados como andar por 30 minutos todos os dias e uma hora de métodos de gerenciamento do estresse como meditação.
Como se esperava eles conseguiram perder peso, reduziram a pressão sanguínea, entre outros benefícios para a saúde. Mas as mudanças mais profundas foram observadas quando as biópsias do câncer efetuadas depois das mudanças no estilo de vida foram comparadas com as feitas anteriormente.
Depois de apenas três meses os homens tiveram mudanças na atividade de cerca de 500 genes, dos quais 48 estavam ligados e 453 estavam desligados. » Reduzindo seus riscos de câncer de mama
A atividade nos genes que previnem de doenças havia aumentado enquanto genes promotores de doenças — incluindo aqueles que envolviam o câncer de próstata e de mama — se desligaram de acordo com o estudo publicado na revista científica PNAS.
Afinal de contas parece que podemos sim fazer muito para mudar a atividade dos próprios genes e combater o surgimento de doenças ligadas à predisposição genética. Em apenas três meses é possível mudar centenas de genes simplesmente mudando como se vive.
As implicações deste estudo não estariam limitadas a homens com câncer de próstata.

Mutações raras podem causar doenças comuns

 


 
Quando falamos em mutação genética rara você já pensa em um X-Men? Pode esquecer essa imagem. Pesquisadores descobriram que mutações raras podem ser responsáveis por doenças comuns. E, mais, descobrir que mutações são essas pode ser a chave para um mundo mais saudável.
A última descoberta dos cientistas foi que uma pequena malformação em um gene chamado SIAE foi encontrada em 24 de923 indivíduos que sofriam de doenças auto-imunes (artrite reumatóide e lúpus, por exemplo).
Segundo os pesquisadores, quando esse gene é “desativado” nos ratos de laboratório, ele permitiria ao sistema imunológico atacar tecido saudável do próprio organismo – exatamente o que uma doença auto-imune faz. Mas não seria apenas um defeito desses que tornaria uma pessoa suscetível e sim o acúmulo de uma dúzia desses defeitos que desenvolveriam uma doença mais complexa.
Para descobrir que genes podem, ou não, estar ligados a essas doenças, o método que os cientistas estão usando analisa pessoas com a doença e pessoas saudáveis, comparando os genes e procurando por mutações.
No entanto, os especialistas avisam que não devemos ficar muito esperançosos, já que não seriam todas as doenças que poderiam ser identificadas através desse método. [LiveScience]

Estamos nos transformando em mutantes?

 


 
Um estudo recente determinou a idade de mais de um milhão de mutações em uma única base (letra) do DNA, e descobriu que mais de 86% das nossas mutações danosas surgiram nos últimos 5.000 a 10.000 anos. As mutações restantes em sua maioria são inócuas e algumas poucas podem até mesmo ser benéficas.
A explicação para tantas mutações nos últimos anos, segundo os especialistas, é a explosão demográfica que aconteceu com o surgimento das cidades, cerca de 8.500 anos atrás. Dos cerca de 100.000 anos que a humanidade existe, houve um evento de quase extinção 50.000 anos atrás, quando a população humana baixou muito, e a humanidade remanescente se tornou geneticamente muito similar.
O estudo determinou a distribuição das idades de mutação pelo sequenciamento de 15.336 genes que codificam proteínas em 6.515 pessoas, das quais 4.298 eram de origem europeia, e 2.217 africanos.
Segundo o Dr. Joshua Akey, professor associado de ciência genômica da Universidade de Washington em Seattle (EUA), um dos participantes da pesquisa, “em média cada pessoa tem cerca de 150 novas mutações que não estão presentes em seus pais. O número das mudanças genéticas que são introduzidas na população depende do tamanho da mesma”.
Populações maiores, multiplicando-se continuamente pela produção de novas crianças, têm mais oportunidades para o surgimento de novas mutações. Assim, o número de mutações aumenta com o crescimento acelerado da população, como a explosão demográfica que começou 5.115 anos atrás.
Uma das descobertas é que as populações europeias possuem um excesso de mutações danosas em genes essenciais, aqueles que são necessários para crescer até a idade adulta e ter filhos, e em genes ligados a doenças mendelianas, ou seja, ligadas à mutação de um único gene.
Outra descoberta é que as mutações mais antigas têm a tendência de ser menos prejudiciais, e certos genes apresentam apenas mutações mais recentes e danosas, entre eles 12 genes ligados a doenças como a falência de ovário prematura, Alzheimer, endurecimento de artérias cardíacas, e uma forma de paralisia herdada.
Os cientistas também notaram que mutações que afetam genes envolvidos em rotas metabólicas – reações químicas no corpo que geram e armazenam energia – tendem a não ser eliminadas pelas forças da seleção. Metabolismo aberrante contribui para a diabetes, distúrbios lipídicos, obesidade e resistência à insulina, todas doenças modernas.
Mas, apesar da maior capacidade mutacional resultante do crescimento populacional levar a uma incidência maior de doenças genéticas, há um lado bom: as mutações respondem pela grande variação de traços dos humanos modernos, e elas podem ter criado um novo repositório de variações genéticas vantajosas que a evolução adaptativa pode selecionar em gerações futuras.
O trabalho é o resultado da colaboração entre muitos cientistas genômicos, geneticistas médicos, biólogos moleculares e bioestatísticos na Universidade de Washington, Universidade de Michigan, Colégio de Medicina Baylor em Houston, o Instituto Broad no MIT e Harward, e o Grupo de Trabalho de Genética Populacional. O estudo é parte do Projeto de Sequenciamento Exome do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.[ScienceDaily]

De onde viemos: a fabulosa árvore genealógica humana

 


Os seres humanos (Homo sapiens) anatomicamente modernos originaram-se na África há cerca de 200 mil anos, atingindo seu comportamento moderno conhecido há apenas cerca de 50 mil anos. A evolução foi longa para chegarmos até aqui.
É como um quebra-cabeça que vai sendo montado lentamente enquanto são achados fósseis de nossos antepassados. No gráfico abaixo, você confere as peças dessa árvore genealógica humana que abrange nossa evolução desde 5 milhões de anos atrás até o presente.

Para entender o gráfico:

• Cada barra colorida representa o intervalo de tempo que se acredita que cada espécie viveu, com base nos fósseis encontrados até agora. As barras pontilhadas indicam os descendentes. Pesquisadores diferentes fazem essas ligações de maneiras distintas, preservando a mesma sequência cronológica.
• Sob o nome de cada espécie, você encontra as áreas em que a maioria dos fósseis foi encontrada.
• Os números em branco dentro das barras coloridas indicam aproximadamente quantos fósseis de indivíduos distintos de cada espécie foram encontrados.
• Como você pode observar, algumas regiões estão vagas, com pouquíssimos indivíduos conhecidos – muitos deles representados apenas por um dente ou fragmento de osso. As conexões evolutivas entre os australopitecos e o Homo erectus, incluindo as relações evolutivas entre as espécies de hominídeos Homo habilis, ergaster e erectus, ainda precisam de muitos esclarecimentos.
• Quatro espécies humanas propostas pela literatura científica - H. floresiensis, H. pekinensis, H. georgicus e H. rhodesiensis – foram omitidos da árvore genealógica.

Hominídeos


Segundo a taxonomia atual (com base na genética, em vez de características comportamentais), o termo “hominídeo” refere-se aos membros da família Hominidae: pertencem a ela seres humanos atuais, todos os seres humanos ancestrais, os pertencentes ao gênero australopitecos e nossos parentes primatas mais próximos, nomeadamente o chimpanzé o gorila.

Evidências fósseis

Fósseis de hominídeos são preciosos – não importa o tamanho ou condições. Esqueletos completos são raros em nossos tempos. Dentes, ossos faciais e cranianos são os restos de fósseis mais comuns que sobrevivem ao longo dos séculos. Crânios quase nunca são encontrados intactos, e normalmente são reconstruídos a partir de fragmentos.
Quando cientistas chegam a conclusões específicas sobre comportamento de nossos antepassados, eles precisam de partes específicas do esqueleto. Por exemplo, a postura agachada ou em pé pode ser interferida a partir da conexão da coluna vertebral com o crânio, enquanto o bipedismo exige análise de ossos da coxa, joelho ou articulações do pé. Já os crânios são usados para investigar a evolução do cérebro dos hominídeos

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cientistas descobrem mariposa vampiro na Rússia

 


 
Os cientistas descobriram que uma espécie de mariposa russa (que aparece neste vídeo), Calyptra thalictri, não se alimenta só de frutas, como eles pensavam.
Parece que, quando as mariposas macho da espécie têm a chance de se alimentar de dedos humanos, inserem suas mandíbulas e começam a chupar nosso sangue .
Os pesquisadores acreditam que os machos podem sugar o sangue de humanos e outros mamíferos, a fim de serem capazes de dar um “presente sexual” para as fêmeas.
Quando os machos se alimentam de sangue, eles podem passar o teor de sal obtido a partir do líquido para as fêmeas durante o acasalamento, dando a suas larvas uma melhor nutrição.
Essa descoberta é um passo importante na história evolutiva e de adaptações dessas criaturas. Morcegos vampiros, que também se alimentam de sangue, contêm compostos de afinamento do sangue em sua saliva que têm potenciais aplicações no tratamento de derrame. Mariposas vampiros poderiam ser úteis em outras aplicações científicas.[Life'sLittleMysteries]

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Por que algumas pessoas possuem olhos de cores diferentes?

 


 
Você conhece alguém com um olho verde e outro azul? Sabe por que isso acontece? Nós temos a resposta!
A verdade é que esse tipo de fenômeno não é muito comum, aparecendo apenas em 11 a cada mil pessoas e, ao contrário do que muitos acreditam, nem sempre essa característica é de nascimento.
A cor da íris se desenvolve nos primeiros meses após o nascimento, com uma quantidade de melanina determinando a cor dos olhos. Quanto menos melanina, mais claros os olhos.
Mas algumas vezes a concentração e a distribuição da melanina não é uniforme, levando a um fenômeno conhecido como heterocromia – cada olho fica de uma cor diferente.
E há diferentes tipos de heterocromia: a central, em que os olhos apresentam várias cores (como um centro castanho e o fim da íris azulado), a sectoral (que é apenas uma “pincelada” de cor diferente nos outros ônibus) e a completa, que é quando a íris toda é de uma cor diferente da outra.
Normalmente, a heterocromia não está ligada a nenhum problema de saúde e pode ser herdada geneticamente de algum dos pais.
No entanto, há alguns sinais que devem ser levados em consideração. Por exemplo, a heterocromia pode ser sinal de síndrome de Waardenburg, que faz com que crianças percam também a audição e apresentem cabelos prematuramente grisalhos. [Lifes Little Mysteries]

Porque os bebês nascem com olhos azuis, que depois mudam de cor?



 
Muita gente diz que bebê é tudo igual, que eles nascem com a mesma cara de “joelho”. E, apesar de isso não ser bem verdade, muitos realmente nascem com uma característica comum: olhos azuis. Os mesmos olhos azuis já não são tão predominantes nos meses seguintes; o contrario ocorre, poucas crianças mantêm a cor clara. Por quê?
Segundo os oftalmologistas, tem a ver com a quantidade de melanina com que nascemos, e se ela aumenta após o nascimento. A melanina é um pigmento; quanto mais você tem nos olhos, no cabelo e na pele, mais escuros eles são (e mais luz eles refletem).
Um pequeno depósito de melanina na íris dos olhos faz com que elas pareçam azul, enquanto uma quantidade média torna os olhos verdes ou castanhos e uma quantidade grande os deixa marrom escuro.
Os bebês não nascem com toda a melanina que estão destinados a ter. Esse processo de maturação continua pós-útero, o que significa que a cor dos olhos não é definida até os 2 anos de idade.
Apesar de alguns bebês de etnias não-brancas também nascerem com olhos azuis, que se tornam marrons ao longo do tempo, o efeito é muito menos comum do que com bebês caucasianos. Indivíduos de pele mais escura geralmente já têm bebês de olhos castanhos porque eles já nascem com mais pigmento. [LifesLittleMysteries]
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Como ter um universo inteiro, do nada

 


 
O físico teórico Lawrence Krauss já tomou parte em muitos tópicos complicados, da evolução até o estado das políticas científicas, passando pela física quântica e até a ciência em Star Trek. Mas em um de seus livros, ele talvez fale sobre o assunto limite: como nosso universo surgiu do nada sem uma intervenção divina.
O argumento de que Deus foi o responsável pelo toque inicial, dando vida ao cosmos, vem desde Aristóteles e Tomás de Aquino. Em debates com teólogos, “a questão ‘porque existe algo ao invés de nada’ sempre aparece como ‘inexplicável’ e implica a existência de um criador”, afirma Krauss. “Nós já fomos tão longe, que responder essa pergunta – ou fazer questões similares – virou parte da ciência”.
Ele comentou essa intrigante questão em uma palestra gravada, em uma conferência da Aliança Ateísta Internacional, em 2009. O vídeo já teve mais de um milhão de visualizações, e incitou Krauss a publicar seu mais novo livro, “A Universe From Nothing”.
Porque existe algo ao invés de nada? O cientista afirma que essa questão implica uma pesquisa que não está realmente no propósito científico. “O ‘porque’ nunca é realmente um ‘porque’… de verdade, quando dizemos ‘porque’, estamos querendo saber ‘como’”.
Ok, mas então como temos um universo do nada? Krauss traça uma série de descobertas, desde a teoria geral da relatividade de Einstein até os últimos estudos da energia escura, exemplificando como os cientistas determinaram que os espaços vazios estão preenchidos com energia, na forma de partículas virtuais. Da perspectiva da física quântica, as partículas entram e saem da existência a todo o tempo. Pra Krauss e muitos outros teóricos, o nada é tão instável que ele tem que criado algo: em nosso caso, o universo.
E ainda mais. Krauss e seus colegas tem a visão de que pode haver uma sucessão infindável de big bangs, criando muitos universos com diferentes parâmetros e leis físicas. Alguns desses volta ao nada imediatamente, enquanto outros – como o nosso – ficam por aí tempo suficiente para dar origem às galáxias, estrelas, planetas e vida. Os cientistas ainda não têm uma forma de testar essa hipótese, mas isso explicaria como temos sorte de estar vivos: ganhamos na loteria cósmica.
“Alguns dizem ‘Bom, isso é só uma escapatória’”, comenta Krauss. “Mas é uma desculpa menor do que Deus”.

Positivos e negativos

O livro de Krauss não é o primeiro a colocar que Deus é desnecessário para a criação do universo.
Stephen Hawking apresentou um ponto parecido em seu livro “The Grand Design”. O argumento chave é que a energia positiva da matéria é balanceada pela energia negativa do campo gravitacional. Da perspectiva quântica, a energia total do universo é zero e a evidência matemática disso seria o fato do universo ser plano e não esférico. Portanto, a energia do “nada” é conservada, mesmo que “algo” entre na história.
A ideia de um balanço entre a energia positiva e negativa tem gerado críticas por parte do criacionismo, mas Krauss afirma que o conceito bate com as teorias cosmológicas atuais.
“Soa como uma fraude, mas não é. Uma vez com a gravidade, o incrível é que você pode começar com zero energia e acabar com diversas coisas, e essas podem ter energia positiva, contanto que você faça o efeito contrário com energia negativa. A gravidade permite que a energia seja negativa”, afirma o cientista.
Daqui a muito tempo, quando todas as galáxias tiverem expandindo até o fim, e todas as estrelas morrido, os positivos e negativos vão se cancelar, levando nosso universo a voltar à uniformidade do espaço vazio. “O ‘algo’ talvez esteja aqui por um pequeno período de tempo”, afirma Krauss.

Acentuar o positivo

Para muitos isso pode soar um tanto suicida. O famoso evolucionista (e um dos ateus mais famosos do mundo) Richard Dawkins afirma o seguinte: “Se você acha que isso é sombrio e pouco entusiasmante, que pena. Realmente não traz conforto”. Mas Krauss não pretende ser um depressor.
“Meu objetivo não é destruir a religião, apesar de isso ser um efeito colateral interessante. Meu objetivo não é diferente do que o de Charles Darwin com seu livro “A Origem das Espécies”. Meu objetivo é usar essa fascinante questão, que todos fazem, e motivar as pessoas a aprender sobre o universo real”.
Krauss afirma que a perspectiva científica sobre as origens e o destino do universo oferece uma alternativa válida para o tradicional “consolo” que a religião propõe.
“Aqui estão estas marcantes leis da natureza que surgiram e produziram tudo que você conhece, algo muito mais interessante do que qualquer conto de fadas”, comenta Krauss. “Nós somos os beneficiários sortudos disso, e deveríamos aproveitar o fato de termos consciência para apreciar o universo. É um acidente fantástico, como temos sorte de ser parte disso! E você pode criar uma ‘teologia’ ao redor disso, se quiser”.
É claro que Krauss não se refere à teologia no sentido literal, do estudo de Deus, mas em um sentido de atitude com a vida e seus significados (ou falta de). Qual é a sua atitude? Sinta-se livre para expressar sua opinião, mas com respeito.
Confira a palestra do físico Lawrence Krauss com legendas, em três partes: Parte I, Parte II e a Parte III ou a versão original abaixo.
[MSN]

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Humanos estão perdendo capacidade intelectual e emocional

 


 
Há quem pense que as novas gerações estão mais estúpidas do que nunca. Embora seja difícil dizer com certeza se estamos mesmo ficando menos inteligentes, uma nova teoria, bastante controversa, afirma que os humanos estão vagarosamente, mas definitivamente perdendo capacidades intelectuais e emocionais.
Dr. Gerald Crabtree, da Universidade Stanford (EUA), baseou sua teoria no fato de que a inteligência “superior” humana (em
relação a outros animais)
foi resultado de uma enorme pressão evolutiva. A inteligência e comportamento humanos exigem, portanto, o funcionamento ideal de um grande número de genes.
Essa complicada rede de genes que supostamente nos dá a grande vantagem em relação a outros seres vivos é suscetível de mutações que, sem a manutenção de uma enorme pressão evolutiva, tendem a nos “emburrecer”.
Crabtree acredita que o desenvolvimento de nossas capacidades intelectuais e a otimização de milhares de genes de inteligência provavelmente ocorreram em grupos dispersos de povos, antes de nossos ancestrais surgirem na África.
Nessa época, a inteligência era crítica para a sobrevivência, por isso uma imensa pressão agindo sobre os genes necessários para o desenvolvimento intelectual levou a um pico da inteligência humana.
A teoria de Crabtree é que, a partir desse ponto, a inteligência humana provavelmente começou a lentamente perder terreno.
Depois da agricultura e, consequentemente, da urbanização, passou a haver menos seleção natural para os “mais inteligentes”.
Com base em cálculos da frequência com que mutações prejudiciais aparecem no genoma humano e no pressuposto de que 2.000 a 5.000 genes são necessários para sustentar nossa alta capacidade intelectual, Crabtree estima que dentro de 3.000 anos (cerca de 120 gerações) todos nós teremos sofrido duas ou mais mutações prejudiciais para a nossa estabilidade intelectual ou emocional.
Crabtree argumenta que a combinação de uma menor pressão seletiva e um grande número de genes facilmente afetados por mutações está “corroendo” nossas capacidades intelectuais e emocionais.
Porém, ele também argumenta que essa perda de inteligência é muito lenta e, a julgar pelo ritmo acelerado de descoberta e avanço da nossa sociedade moderna, tecnologias futuras poderão apresentar soluções para o problema.
“Acho que chegaremos a compreender cada uma das milhões de mutações humanas que possam comprometer nossa função intelectual, e como cada uma delas interage com umas as outras e com demais processos, bem como suas influências ambientais”, diz. “Então, seremos capazes de corrigir qualquer mutação no nosso organismo, em qualquer estágio de desenvolvimento. O processo brutal da seleção natural será desnecessário”, opina.[

Ligre: Uma cruza bizarra entre leão e tigre

 

ligre
 
A cruza entre leão e tigre resulta em um animal com gigantescas proporções. Mais abaixo você poderá ver fotos e vídeos sobre o ligre.
O ligre é um híbrido, uma mistura de leão e tigre, que resultou no maior felino do mundo. Ele tem quase cem vezes o tamanho de um gato doméstico e o dobro do tamanho de um leão africano.
ligre
Marcadores genéticos que não se expressam em seus pais acabam resultando em um felino colossal que produz hormônio de crescimento e nunca para de crescer durante toda a sua vida. Eles também são estéreis. Aparente eles não possuem um gene inibidor do crescimento.
Mas a história é diferente com as fêmeas de ligre: apesar delas também ficarem imensas com cerca de 320kg e 3m de comprimento, ela são férteis.
ligre
O maior ligre que já existiu, reconhecido como o maior felino do mundo pelo livro Guinness dos Recordes, foi Hércules, com 408kg e apenas três anos de idade.
ligre
O ligre não existe na natureza, pois os tigres vivem nas florestas asiáticas e leões na savana africana. Mas quando estes animais se encontram em zoológicos eles podem cruzar e tem compatibilidade genética suficiente para gerar o bizarro ligre.
ligre
Apesar de ser extremamente poderoso é bem possível que o ligre não conseguisse sobreviver na natureza justamente por causa de suas proporções colossais. Ele não consegue correr tão rápido ou mesmo ter a mesma resistência que um leão. [Wikipedia, Live in a Fast Lane]
ligre

Um ligre se alimentando:

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

A fantástica fábrica de Nobel

De um prédio suntuoso do meio do Bronx, distrito nova-iorquino marcado pela coexistência nem sempre pacífica de imigrantes de etnias diferentes, saíram algumas das mentes mais notáveis da ciência no mundo. Foi neste lugar, na escola pública Bronx Science High School, que foram formados não um nem dois, mas oito cientistas que acabaram recebendo um prêmio Nobel. O mais recente deles acabou de ser anunciado: Robert Lefkowitz recebeu o Nobel de Química deste ano por mapear uma importante família de receptores e mostrar como as células do corpo reagem a estímulos.
“Temos orgulho de oito dos nossos alunos terem sido premiados com um Nobel”, diz Jean Donahue, diretor assistente pela área de ciência, ao Porvir. A lista de premiados começou a ser construída em 1972, quando Leon Cooper ganhou o Nobel de física. Os dois seguintes, Sheldon Glashow e Steven Weinberg, colegas de escola, receberam juntos também o Nobel de Física em 1979. E assim foi. Em 1988, 1993, 2004 e 2005, todos de física. Neste ano, Lefkowitz foi o primeiro dos ex-alunos da instituição a ser laureado por suas pesquisas em química. Todos eles frequentaram os bancos e laboratórios da escola entre as décadas de 40 e 60. Se a Bronx Science High School fosse um país, estaria em 13o lugar, junto da Bélgica, em número de laureados. Apenas a título de comparação, o Brasil até hoje nunca recebeu um Nobel.
crédito Elena Moiseva / Fotolia.com


E qual seria o segredo para uma receita de tanto sucesso? A essa pergunta, Donahue responde com um singelo “tentamos incutir o método científico nos alunos”. Inaugurada em 1938 já com a preocupação de ser forte no ensino de ciências, a escola tem como lema “Perguntar, Descobrir e Criar”. “Nossa filosofia é centrada em ensinar habilidades de pensamento crítico. Nós queremos inspirar os alunos a fazer perguntas sobre o mundo em volta deles e guiá-los a encontrar as respostas”, afirma o diretor. Assim, diz ele, mesmo que um estudante não tenha afinidade com ciência, ele levará para a vida competências úteis que servirão em qualquer carreira.
Na prática, esse “incutir o método científico” quer dizer que um aluno interessado por ciência terá a sua disposição uma gama de disciplinas obrigatórias e eletivas um tanto rara em escolas públicas de ensino médio. Eles podem fazer aulas avançadas de genética, química analítica e microbiologia. A escola estimula seus estudantes também a encontrarem um assunto que queiram estudar a fundo e, definido o tema, os ajuda a encontrar um cientista da academia que aceite dar apoio ao trabalho dos jovens. “Muitos professores generosos têm concordado em receber nossos alunos e permitiram que eles trabalhassem em seus laboratórios”, disse Donahue.
crédito BxScience/ Divulgação


E para quem não gosta tanto assim de ciências, há opções de eletivas em outras áreas do conhecimento – talvez esse dado justifique o fato da escola também colecionar vencedores do Pulitzer, maior prêmio norte-americano de jornalismo – seis estudantes e sete prêmios. Só em línguas estrangeiras, os alunos têm a opção de estudar chinês, francês, grego, japonês, espanhol, italiano e até latim. Na área de humanas, é possível fazer estudos aprofundados em governo e política, geografia humana e Holocausto. “Muitos de nossos alunos têm interesse particular em ciência e matemática, mas muitos não têm”, afirma o professor.
Para entrar na escola, é preciso fazer um exame de admissão e ser morador de Nova York. A procura costuma ser grande, uma vez que, além do histórico de Nobel e Pulitzer, a escola está entre as mais bem avaliadas de Nova York e seus egressos costumam ir bem nos vestibulares das universidades norte-americanas. E isso, para uma região que vive desafios sociais, é sempre uma boa notícia. “Muitos dos nossos alunos vêm de famílias de imigrante. Muitos são realmente pobres, mas a maior parte vem de famílias com rendimentos modernos”, disse o diretor.

 

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Uma beduína na Universidade dos Pés Descalços

  
Nada ali naquele espaço de 32 mil m² da cidade indiana de Tilônia, no Rajastão, foi projetado por profissionais: nem o telhado que reaproveita a água da chuva nem a posição de portas e janelas, que otimiza a passagem do vento, nem as placas que transformam energia solar em luz. Os professores não têm diploma e os alunos – na verdade, alunas na maioria – são analfabetos e de regiões rurais. Tudo na Universidade dos Pés Descalços, ou Barefoot College, vem da sabedoria popular. A instituição, fundada há 40 anos, tornou-se referência na Índia por capacitar pessoas de origem pobre a resolverem seus problemas com soluções simples. A partir de hoje o mundo pode conhecer a história de uma delas, a beduína Rafea, 32, pelo documentário Solar Mamas.
Rafea é uma mãe de quatro crianças que aceita o desafio de sair de seu vilarejo pela primeira vez para fazer parte do programa de formação de engenheiras solares – as Solar Mamas – da Universidade de Pés Descalços. Não é uma decisão fácil. A contragosto do marido, ela deixa a Jordânia para estudar na Índia, onde encontra mulheres de vários lugares do mundo, como Guatemala, Colômbia, Quênia e Burkina Faso, com históricos e saberes distintos, mas com a mesma intenção: aprender a transformar energia solar em luz elétrica.
crédito iggyphoto / Fotolia.com

Durante o curso, que dura seis meses, as alunas vivem em comunidade: dormem juntas, cozinham, cuidam do espaço, aprendem que podem fazer muito mais para si e para suas comunidades do que estavam acostumadas. No caso de Rafea, no entanto, apesar de estar vivendo uma experiência única, ela precisa interromper seus estudos. Seu marido ameaça se separar dela e levar consigo os filhos do casal caso ela não volte para casa. Sem opção, a beduína volta, mas não desiste de tentar persuadir seu marido de que seus estudos na Índia vão beneficiar todo mundo.
O programa de engenharia solar da instituição do qual Rafea faz parte já levou luz elétrica para diversos vilarejos indianos e se espalhou em regiões vulneráveis pelo mundo. Durante o TED Global de 2011, Bunker Roy, fundador da universidade, conta como faz para ensinar essas mulheres a transformarem suas vidas e a de suas comunidades: pela linguagem de sinais. Como elas são iletradas e não falam uma língua em comum, são os gestos mesmo que ajudam no compartilhamento de conhecimento. “Nenhuma língua pode ajudar mais no aprendizado do que conviver. Ainda mais no meio do ciclo de vida. Um ambiente aberto de aprendizagem já é suficiente para criar nelas um nível elevado de curiosidade em coisas novas que podem aprender para mudar suas vidas e as da comunidade onde estão inseridas”, disse a instituição ao Porvir.
A opção de apostar nas mulheres, diz Roy no TED, está no fato de que são elas, especialmente as mais velhas, que mais vivem as dificuldades das zonas rurais. Os mais novos, sobretudo os homens, querem um diploma para conseguir um emprego nas áreas urbanas, afirma o fundador. “Por todo o mundo, há essa tendência de o homem querer um certificado. Por quê? Porque eles querem deixar seus vilarejos e ir buscar um emprego nas cidades. Então nós apresentamos essa grande solução: treinar avós”, disse ele no evento mundial.
A Universidade dos Pés Descalços, além do programa que forma engenheiras solares, também tem cursos voltados para resolver problemas de seu cotidiano, como formas de cozinhar com energia solar e artesanatos. “Uma simples solução pode trazer uma grande revolução”, diz a instituição.
A história completa de Rafea pode ser conferida hoje pelo festival Independent Lens e, no Brasil, pelo canal Futura em 28 de novembro, às 21h30. Confira aqui o trailer, com legenda em inglês.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Pássaros foram acidente evolutivo? Penas teriam surgido nos dinossauros para exibição

 


 
Pesquisadores do Canadá descobriram evidências de penas em fósseis de um dinossauro jovem e dois adultos de Ornithomimus, uma espécie dentro do grupo dos ornitomimos. Essa descoberta sugere que a plumagem dos pássaros modernos originalmente evoluiu nos dinossauros, para motivo de exibição, e não voo.
Os fósseis de 75 milhões de anos foram encontrados ao sul de Alberta (Canadá). Enquanto os cientistas pensavam que os ornitomimos fossem animais rápidos e sem pelo, a descoberta inédita sugere que todos os dinossauros com aparência de avestruz tinham penas.
Os espécimes coletados revelam que os dinossauros tinham apenas uma base de penas no corpo ao longo da sua vida, enquanto os mais velhos desenvolviam penas em seus braços, que se aproximavam de asas.
Porém, os animais eram grandes demais para voar, então os pesquisadores acreditam que a plumagem poderia ter sido utilizada para atrair um companheiro (exibição) ou na proteção de ovos durante a incubação.
“Esse padrão difere do observado em aves, no qual as asas geralmente se desenvolvem muito cedo, logo após a eclosão do ovo”, disse Darla Zelenitsky, principal pesquisadora do estudo.
“O fato de que membros parecidos com asas se desenvolviam em indivíduos mais maduros sugere que as penas eram usadas apenas mais tarde na vida, talvez associadas a comportamentos reprodutivos, como exibição ou no cuidado com a ninhada”, explica o paleontólogo Francois Therrien.

Dinossauros e penas

Essa não é a primeira vez que um dinossauro com penas é encontrado. Já faz um tempo que essas descobertas têm levado cientistas a estudar a relação dos dinossauros com as aves modernas por causa de semelhanças evolutivas.
Os novos fósseis foram os primeiros espécimes de dinossauros com penas encontrados na América do Norte. Outros já foram descobertos quase que exclusivamente em rochas na China e na Alemanha.
Por exemplo, o maior dinossauro com penas já registrado foi encontrado no noroeste da China. A datação estima que pertença ao período Cretáceo, há 125 milhões de anos, quando os dinossauros viviam seu apogeu. A espécie foi nomeada Yutyrannus huali, uma combinação de latim e de mandarim que significa “belo tirano com penas”.
Esse dinossauro também era grande demais para voar e suas penas eram moles demais para permitir que sequer saísse do chão, o que levanta a hipótese de que elas estariam lá apenas para aquecer o animal, já que a Era do Cretáceo foi um período relativamente frio. Outros sugeriram que as penas serviam apenas para exibição, como os pássaros modernos as usam hoje para objetivos reprodutivos.
A tese que os dinossauros tinham penas para exibição é apoiada pelos oviráptors que viveram no período Cretáceo cerca de 75 milhões de anos atrás, e que tinham caudas excepcionalmente compactas e flexíveis, que, combinadas com um leque de penas anexado ao final da cauda, teriam permitido que o dinossauro fizesse um show similar ao de um pavão moderno.
Dinossauros de quatro asas com penas, fósseis de penas de dinossauro coloridas e um fóssil de dinossauro com uma espécie de corcova, que pode indicar a presença de um primitivo folículo de penas, são algumas outras descobertas que também indicam que os dinossauros podem ser parentes evolutivos dos pássaros modernos.[DailyMail]

Mecânica quântica explica a existência da alma?

 


 
Em uma tentativa de inserir na ciência os conceitos de “alma” e “consciência”, os cientistas Stuart Hameroff (diretor do Centro de Estudos da Consciência na Universidade do Arizona, EUA) e Sir Roger Penrose (físico matemático da Universidade de Oxford, Inglaterra) criaram a teoria quântica da consciência, segundo a qual a alma estaria contida em pequenas estruturas (microtúbulos) no interior das células cerebrais.
Eles argumentam que nossa “consciência” não seria fruto da simples interação entre neurônios, mas sim resultado de efeitos quânticos gravitacionais sobre esses microtúbulos – teoria da “redução objetiva orquestrada”. Indo mais longe: a alma seria “parte do universo” e a morte, um “retorno” a ele (conceitos similares aos do Budismo e do Hinduísmo).
De acordo com Hameroff, experiências de quase morte estariam relacionadas com essa natureza da alma e da consciência: quando o coração para de bater e o sangue deixa de circular, os microtúbulos perdem seu estado quântico. “A informação quântica contida neles não é destruída, não pode ser; apenas se distribui e se dissipa pelo universo”.
Se o paciente é trazido da beira da morte, essa informação volta aos microtúbulos. “Se o paciente morre, é possível que a informação quântica possa existir fora do corpo, talvez de modo indefinido, como uma alma”, acrescenta.
Embora a teoria ainda seja considerada bastante controversa na comunidade científica, Hameroff acredita que os avanços no estudo da física quântica estão começando a validá-la: tem sido demonstrado que efeitos quânticos interferem em fenômenos biológicos, como a fotossíntese e a navegação de pássaros.
Vale ressaltar que Hameroff e Penrose desenvolveram sua teoria com base no método científico de experimentação e em estudos feitos por outros cientistas, ao contrário do que ocorrem em casos de “pseudociência” em que simplesmente se acrescenta a física quântica como “ingrediente legitimador” de teorias sem fundo científico. Basta aguardar para ver se outros experimentos e estudos validam as descobertas da dupla.[Daily Mail UK]
Confira um vídeo sobre a pesquisa de Hameroff e Penrose (conteúdo em inglês):

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

O que tem dentro dos planetas?

 


 
Raramente as pessoas pensam sobre isso, mas o fato é que vivemos apenas na superfície da Terra, um planeta muito grande composto de vários elementos.
Muitos devem se lembrar das aulas de ciência dos primeiros anos escolares, em que aprendíamos que a Terra tem camadas, como a crosta, o manto e o núcleo. Então é isso que todos os planetas têm? O que há dentro dos planetas?
O nosso sistema solar, por exemplo, possui um diversificado leque de ingredientes. Planetas terrestres ou rochosos, gasosos, planetas anões, satélites, cometas… Todos formados por variados componentes e distribuídos numa extensa região de quase vinte bilhões de quilômetros.
Os nossos planetas diferem entre em si em alguns quesitos, mas também possuem uma série de elementos em comum. Nesse artigo, vamos falar um pouco sobre os mundos terrestres, e sobre o que há dentro deles (pelo menos que temos conhecimento).

Planetas terrestres

Os planetas são corpos celestes cuja massa não é suficiente para gerar energia como as estrelas. Eles estão orbitam ao redor de uma. Os planetas do nosso sistema orbitam o sol, uma estrela anã amarela.
Os planetas telúricos, interiores ou terrestres são os que apresentam massa pequena, grande densidade, pequena distância do sol, poucos ou nenhum satélite e são compostos de elementos pesados.
  • Mercúrio: Mercúrio tem uma densidade média de 5.430 kg por metro cúbico, tornando-o o segundo mais denso do sistema solar depois da Terra. Estima-se que Mercúrio, como a Terra, tenha um núcleo ferroso, o que significa que é feito de ferro, com um tamanho equivalente a dois terços a três quartos do raio global do planeta. Esse núcleo é provavelmente composto por uma liga de ferro-níquel coberta por um manto e uma crosta superficial.
  • Vênus: Acredita-se que a composição do planeta Vênus é semelhante à da Terra. Sua crosta se estende a cerca de 10 a 30 km abaixo da superfície, e o manto atinge uma profundidade de cerca de 3.000 km. O núcleo planeta é feito de uma liga de ferro-níquel líquido. Sua densidade média é de 5.240 kg por metro cúbico.
  • Terra: Nosso planeta é composto por três camadas separadas – uma crosta, um manto e um núcleo (em ordem decrescente a partir da superfície). A média da espessura da crosta varia de 30 km na terra a 5 km no fundo do mar. O manto estende-se logo abaixo da crosta para cerca de 2.900 km de profundidade. O núcleo abaixo da manta começa a uma profundidade de cerca de 5.100 km, e compreende um núcleo exterior (liga de níquel-ferro líquido) e um núcleo interior (liga de níquel-ferro sólido). A crosta é composta principalmente de granito, no caso da terra, e basalto, no caso dos fundos marinhos. O manto é composto principalmente por peridotito e sais minerais de alta pressão. A densidade média da Terra é de 5.520 kg por metro cúbico.
  • Marte: Marte tem cerca de metade do diâmetro da Terra. Devido ao seu pequeno tamanho, acredita-se que o centro marciano tenha esfriado. Sua estrutura geológica é principalmente de rocha e metal. O manto abaixo da crosta é constituído de óxido de ferro-silicato. O núcleo é feito de uma liga de níquel-ferro e sulfureto de ferro. A densidade média do planeta é de 3.930 kg por metro cúbico.

Plutão

Ok, o Plutão é o diferente dessa lista porque foi “rebaixado” a planeta anão, e porque fica bem mais longe do sol. Mais intrigante ainda é o fato de que a estrutura de Plutão não é muito bem compreendida.
Sua superfície é coberta com metano congelado, que tem uma coloração brilhante. No entanto, com exceção das calotas polares, a superfície de metano congelado fica vermelha escura quando eclipsada pela lua Charon. A densidade média de Plutão é de 2.060 kg por metro cúbico. Essa densidade média baixa sugere que o planeta seja uma mistura de gelo e rocha.[LiffesLittleMyteries, USP]