Entenda como a doença pode ser adquirida e como a aids age sobre o corpo dos portadores
Julia Moióli
Mundo Estranho - 11/2014
Mundo Estranho - 11/2014
Ilustra Matchola


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As mais comuns são nos pulmões, no trato intestinal, no cérebro e nos olhos. Nesse estágio, o paciente possui a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Os medicamentos usados no tratamento atuam no sistema imunológico, porque bloqueiam o HIV nas diferentes fases do seu ciclo, reduzindo a quantidade do vírus no corpo.
MULTIPLICAR E CONQUISTAR
HIV tem um décimo de milésimo de milímetro, mas causa um problemão
1. O vírus é contraído pelo contato sexual ou com sangue contaminado. No primeiro caso, acredita-se que ele grude em células imunológicas chamadas dendríticas, presentes nas mucosas da boca, da vagina, do pênis, do reto e do trato gastrointestinal. Elas o transportam aos nódulos linfáticos (onde são produzidas e armazenadas células de defesa)
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2. Como precisa de uma célula hospedeira para se manter vivo, o HIV age já nas primeiras horas após a infecção. Ele tem uma espécie de "encaixe" que o conecta perfeitamente a receptores na membrana das células T CD4+, um tipo de linfócito que organiza a reação do corpo a invasores. Mas outros órgãos, como o cérebro, também podem ser afetados e usados como esconderijo
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3. O vírus então libera uma enzima chamada transcriptase reversa, que altera seu próprio material genético, convertendo-o de RNA para DNA. Isso permite que ele se integre ao código genético da T CD4+. Uma das classes de medicamentos para tratamento anti-HIV bloqueia justamente essa enzima. O HIV pode permanecer inativo por muitos anos
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4. O invasor continua produzindo novas enzimas com diferentes funções, como a replicação de seu material genético, a criação de proteínas longas e a quebra dessas proteínas. Depois, esses "pedaços" são unidos ao seu próprio DNA. É isso que lhe permite criar a base para "se duplicar". Parte do coquetel anti-HIV visa bloquear uma dessas enzimas, a protease
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5. O novo vírus se separa da célula T CD4+ e rouba uma parte de sua membrana, com todas as estruturas necessárias para se juntar a outra T CD4+ e reiniciar o processo. Isso significa que o HIV passou a gerar cópias de si mesmo. Com seu funcionamento gravemente afetado, as T CD4+ vão se tornando menos eficientes e perdendo sua habilidade de combater outras doenças
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6. O número de células T CD4+ diminui. Normalmente, temos entre 800 e 1.200 delas por milímetro cúbico de sangue. Quando esse total fica abaixo de 200, o organismo se torna vulnerável a infecções oportunistas. Além disso, o paciente sofre com perda de peso, diarreia e problemas neurológicos. É a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids)
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TRAGÉDIA EM QUATRO ATOS
Infecção é classificada em etapas:
1. Infecção aguda - De três a seis semanas, uma grande quantidade de vírus é produzida no corpo. Muitas pessoas costumam apresentar sintomas que descrevem como a pior gripe que já tiveram na vida;
2. Fase assintomática - O vírus está ativo, mas não enfraquece muito o organismo. Não há sintomas. Se a pessoa começar o tratamento, pode viver assim por décadas. Caso contrário, o estágio dura cerca de dez anos ou menos;
3. Fase sintomática inicial - Os linfócitos T CD4+ começam a se reduzir drasticamente. Começam a surgir problemas como sudorese, fadiga, emagrecimento, diarreia, gengivite e herpes;
4. Aids - Quando o número de células T CD4+ diminui e cai a níveis inferiores a 200 células/mm3, considera-se que a pessoa tem aids. Sem um tratamento adequado, o tempo de vida estimado é de três anos.
Consultoria Alexandre Marra, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Fontes Sites aids.gov, aids.gov.br e National Institutes of Health
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